SBN alerta população ribeirinha e litorânea para o risco de escalpelamento

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Arrancamento brusco e acidental do escalpo humano é um trágico acontecimento nessas regiões por meio dos motores de barcos

        

A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) alerta a população das regiões ribeirinhas e litorâneas, que regularmente utiliza barcos como meio de transporte, para o risco de sofrer com o escalpelamento – arrancamento brusco e acidental do escalpo humano, por meio de diversas formas, mas mais comumente por motores de barcos.

O município de Belém (PA) é o que concentra o maior número de casos, pois utiliza com frequência pequenas embarcações como transporte pelos rios. O escalpelamento ocorre quando o eixo de um barco, em rotação, enrosca os cabelos e arranca bruscamente todo ou parte do couro cabeludo da vítima. Além do escalpo, na maioria dos casos, a vítima sofre lesões nas orelhas, sobrancelhas, pálpebras e, por vezes, perde considerável parte da pele do rosto e do pescoço, levando a deformações graves ou até a morte.

Confira algumas dicas de prevenção:

  • Mantenha cabelos presos e cobertos com chapéu, boné, lenço ou qualquer outro acessório preventivo durante o transporte;
  • Retire objetos que possam ser sugados, como correntinhas e/ou colares;
  • Mantenha crianças e idosos afastados dos eixos e partes móveis do motor;
  • Evite viagens em embarcações que não ofereçam segurança ou com qualquer tipo de irregularidade.

“O escalpelamento pode ser evitado com simples medidas de prevenção e conscientização. Além dos habitantes ribeirinhos, a população litorânea e de ilhas turísticas deve estar atenta a esses riscos e se prevenir da melhor maneira para evitar traumas, muitas vezes, irreversíveis para as vítimas”, afirma Dr. Modesto Cerioni, neurocirurgião e presidente da SBN.

O tratamento para o escalpelamento dura, em média, 10 anos. As sequelas são: psíquicas, alopécia (redução parcial ou total de pelos e cabelos), perda do pavilhão auricular (orelhas), retrações das pálpebras e úlcera de córnea (cegueira).

Segundo dados da Marinha do Brasil, em 2014, foram registrados 7 casos de escalpelamento, e 8 casos até agosto de 2015. Estatísticas por idade revelam que 65% dos casos ocorrem em crianças, 30% em adultos e 5% em idosos. Mulheres representam 80% dos casos, por conta dos cabelos longos. A Marinha do Brasil oferece a cobertura para o eixo do motor gratuitamente e realiza campanhas nas regiões de risco junto a entidades de prevenção.