Saúde 4.0, eventos híbridos, e experiência do colaborador o que tudo isso tem a ver com o pós-pandemia

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O ano de 2021 ainda será transformador e com grandes desafios para muitas áreas. Com base nas experiências e aprendizados em 2020, principalmente devido à pandemia da covid-19, podemos traçar metas, planos e estratégias de negócios que podem ‒ e vão ‒ impactar a vida dos nossos colaboradores.

Uma das principais lições extraídas no ano passado, foi a preocupação que nós, como líderes, devemos sempre ter em relação à saúde (física e mental) e ao bem-estar dos nossos colaboradores. Precisamos cada vez mais nos pautar em serviços para apoiar as necessidades básicas das nossas pessoas. Além disso, nota-se que é cada vez mais essencial trabalhar o environmental, social and governance (ESG), refletir sobre como a empresa pode impactar positivamente a sociedade e incentivar mudanças que valorizem os indivíduos, o meio ambiente e a ética.

É igualmente essencial trazer para a empresa um processo de inclusão mais humanitário, diverso e igualitário, permitindo um caminho de crescimento e desenvolvimento constante. O RH, que já é amplamente reconhecido como uma área estratégica nas empresas, e que em tempos difíceis como os que estamos vivendo, tem sido ainda mais fundamental para a sobrevivência dos negócios. E a área de Saúde e Benefícios, que é igualmente imprescindível e tem sido desafiada a converter a experiência advinda da lida diária e próxima com as pessoas em dados e ações potencializadoras dos negócios.

Diante desses tempos difíceis, mapeamos algumas tendências que devem se intensificar e se consolidar em 2021, bem como alguns pontos importantes para o desenvolvimento dos colaboradores. A 10º edição anual do relatório “Tendências Globais de Capital Humano 2020 – A empresa social em ação: o paradoxo como um caminho a seguir”, que contou com a participação de, aproximadamente, 55 mil líderes de Negócios e Recursos Humanos, corrobora muitas das tendências a seguir.

1. Bem-estar em primeiro lugar: Se antes as empresas já se preocupavam com a saúde dos funcionários – ação que se reflete muito nos benefícios oferecidos – hoje os cuidados precisam ir além. A inteligência emocional que segue em foco nos últimos anos e trabalha temas voltados para o autoconhecimento, para que cada um consiga performar melhor dentro de um ambiente corporativo. Outro ponto de destaque é que a inteligência espiritual seja cada vez mais valorizada como um indicador a favor da saúde e da produtividade. Este tema importante não está relacionado com ideologias religiosas, mas com o propósito de vida de cada um. Para facilitar este trabalho, é possível trabalhar o alinhamento de objetivo que ambas as partes têm e mostrar o impacto que o trabalho de cada um tem na vida dos parceiros, clientes e de todos os stakeholders envolvidos.

2. Experiência do colaborador: A chegada da pandemia nos trouxe o desafio de manter o bom funcionamento do trabalho remoto com os nossos colaboradores. Hoje, é preciso cuidar do funcionário e incentivar seu desenvolvimento e formação contínua para que ele possa traçar uma trajetória de sucesso dentro da companhia ou, até mesmo, em outras corporações. Uma empresa que cuida de seus funcionários e lhes oferece o suporte necessário – seja em forma de educação ou benefícios e programas de bem-estar e saúde –, demonstra mais humanização, fideliza os profissionais e os transforma em porta-vozes da companhia dispostos a propagar a experiência positiva que têm no trabalho. A pandemia nos trouxe mais empatia, fortalecendo as lideranças que se mostrar mais abertas a escutar opiniões e, junto ao RH, essa questão passou a ser endereçada mais fortemente. Para 2021, acreditamos que a atenção primordial entre colaboradores e líderes com foco na saúde física dos funcionários, mas também ao bem-estar mental e emocional dos mesmos.

3. Saúde 4.0: Aqui o foco é a prevenção. Uma gestão de Saúde baseada em dados gera muito mais eficiência operacional, ajuda a reduzir o absenteísmo e o turnover, trazendo muito mais qualidade de vida e motivação aos colaboradores. Quando conseguimos garantir o bem-estar dos colaboradores, trabalhando consciência e empatia, automaticamente falamos sobre saúde mental. Hoje precisamos levar em conta o trabalho remoto, híbrido, as condições de trabalho em que as pessoas estão submetidas e entender individualmente o que pode ser adaptado, por exemplo. Em relação à saúde física, é de extrema importância que haja engajamento entre o RH e os colaboradores no incentivo de boas práticas como uma alimentação saudável, consumo de água e a prática de alguma modalidade de exercícios físicos.

A pandemia acendeu o sinal vermelho para questões da saúde mental que, em tempos anteriores, não eram amplamente discutidos no ambiente corporativo: um estudo publicado pela revista britânica Lancet, indicou que os efeitos psicológicos negativos da quarentena incluem estresse pós-traumático, confusão, raiva e ansiedade.

4. Treinamentos online flexíveis: atualizar os conhecimentos é essencial para o crescimento profissional, entretanto, o formato do futuro tende a colocar o aluno no centro das decisões. De acordo com um estudo publicado pela empresa britânica de educação Pearson e repercutido na Consumidor Moderno, os trabalhadores sentem-se prontos para assumir o controle sobre o próprio aprendizado, complementando a educação formal com cursos de curta duração em plataforma online, na hora e lugar que preferirem. Por isso, em 2021, cursos e atividades de formação tendem a ser disponibilizados em formato self-service, em plataformas proprietárias ou por meio de parcerias com instituições especializadas em educação. Dessa maneira, os funcionários estarão livres para escolherem no que desejam se especializar e em que momento do dia a dia, tendo uma maior flexibilidade em sua agenda. A gama de cursos pode ser abrangente e reunir conteúdos de hard e soft skills, inteligência emocional, gestão e outras áreas de conhecimento.

Os desafios continuam, e lidar com eles é a nossa lição constante. Vamos continuar a transformar os insights vindos dos Recursos Humanos e da Gestão de Saúde em guias para o entendimento e o respeito das necessidades dos nossos colaboradores, levando sempre a resiliência e a empatia como premissas fundamentais.

Isabel Azevedo é Vice-presidente de Recursos Humanos da MDS Brasil
Gustavo Quintão é Vice-presidente de Saúde e Benefícios da MDS Brasil