População paulista está vulnerável à perda auditiva devido ao ruído dos veículos

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A partir deste ano, a Prefeitura Municipal de São Paulo inclui na inspeção veicular ambiental a análise dos níveis de ruídos emitidos pelos carros. Os limites de ruído foram estabelecidos em portaria da Secretaria do Verde e instrução normativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e estão disponíveis no site da Controlar (www.controlar.com.br), empresa responsável pela inspeção veicular ambiental na capital paulista. Para os carros de passeio, a maioria da frota paulistana, o máximo de ruído permitido é de 95 decibéis.  

Uma exposição constante a ruídos, dependendo da intensidade do som (volume) e da sensibilidade de cada indivíduo, pode provocar perda auditiva. O principal dano causado pelo alto volume ocorre nas células sensoriais localizadas na cóclea, órgão situado na orelha interna. ”Muitas pessoas passam o dia todo no trânsito e outras, ainda, utilizam os automóveis como ferramenta de trabalho. Neste caso, é importante usar um protetor auricular e observar se as características reais do veículo foram alteradas por algum problema no sistema do escapamento, por exemplo, que eleva ainda mais o som do automóvel”, explica Maria do Carmo Branco, fonoaudióloga do Grupo Microsom, uma das mais conceituadas empresas de soluções auditivas do Brasil.

Os sintomas de perda de audição são diversos, como sensação de pressão nos ouvidos, zumbido, dificuldade para ouvir, tontura, irritabilidade, sensação de ouvido tampado, pressão e estalos no ouvido. “Caso a pessoa identifique um ou mais sintomas, recomenda-se procurar um otorrinolaringologista para a realização de uma avaliação, como o exame audiométrico. Caso haja diagnóstico de perda auditiva, deve-se iniciar o tratamento imediatamente. A perda auditiva provocada por ruído excessivo é irreversível e, portanto, o tratamento será o uso de aparelhos auditivos”, completa a especialista.

Para proteger a audição dos ruídos emitidos pelos automóveis, a fonoaudióloga oferece dicas e cuidados para os ouvidos no trânsito:

 

  • Check-up auditivo – deve fazer parte da rotina de quem está constantemente em ambientes ruidosos, como a realização periódica de exames de audiometria;
  • Fones de ouvidos – o uso de qualquer tipo de fone de ouvido, principalmente os que são inseridos no ouvido, seja com tocadores de música ou celulares, merece atenção. É muito importante monitorar o volume e o tempo de utilização desses dispositivos eletrônicos;
  • Volume – os cuidados com o volume são importantes também, para não se acostumar com o som alto e cada vez mais buscar por um volume maior, gerando mais ruídos nocivos à audição;
  • Trânsito – a combinação do uso de fones de ouvido ou celulares no trânsito de cidades grandes, como São Paulo, é um agravante ainda maior. Fazer uso de volumes altos, em competição ao ruído do trânsito, poderá fazer com que cada vez mais o som seja elevado. Além disso, estará somado ao ruído das ruas;
  • Veículos – cuidar do ruído excessivo que propositalmente provem dos escapamentos dos veículos. É preciso respeitar a Lei que proíbe ruídos excessivos e seguir as orientações dos fabricantes, realizando as manutenções periódicas necessárias no veículo;
  • Protetores auriculares – dirigir com os vidros fechados pode atenuar a exposição ao ruído do trânsito, mas é preciso ter cuidado com alguns barulhos que, por algum motivo, o próprio automóvel emite. No caso de pessoas que utilizam carros ou motos como ferramenta de trabalho e que, por esse motivo, estão expostas ao ruído diariamente, por muitas horas, o uso de protetores auriculares pode ser uma boa opção de proteger a audição;
  • Trabalho externo – para aqueles que enfrentam uma jornada de trabalho na rua, como os motoboys, taxistas e motoristas de ônibus, recomenda-se um descanso para os ouvidos, reservando um tempo do dia para ficar em silêncio. Intervalos de hora em hora, em ambientes menos ruidosos, por alguns minutos, já resolvem.