Por Sandra Maura, CEO da TOPMIND
Em breve, os algoritmos e computadores nos conhecerão muito melhor do que qualquer pessoa. E mais: esses aliados inteligentes serão indispensáveis para descomplicar a rotina dos mais diversos tipos de negócios (alguns deles, inclusive, que nós sequer sabemos que existirão). Se ainda restar dúvidas disso, pense, por exemplo, em como seu aplicativo de streaming favorito consegue acertar em cheio nas listas de sugestão ou, ainda, no que seria de sua companhia sem sistemas de automação de marketing, vendas, gestão de equipamentos etc.
Isso, definitivamente, está longe de ser um problema. Até porque, se conversar com assistentes virtuais ainda parece uma novidade para nós, a verdade é que a relação Homem-Máquina tem sido um tema presente em nossa rotina há séculos. Desde pelo menos a era renascentista, por exemplo, a humanidade tem se deparado com discussões filosóficas, propostas audaciosas e, claro, esboços de máquinas de todos os tipos. Em todo caso, não há dúvidas de que essa relação jamais foi tão intensa e prolífica quanto os últimos anos, embalados pelo avanço das tecnologias digitais.
Impulsionados por conceitos como Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML), conceitos como automação robótica de processos (RPA – de Robotic Process Automation, em inglês) e Internet das Coisas (IoT) vêm aos poucos ganhando espaço na consciência global, ajudando a simplificar e descomplicar a vida das pessoas, empresas e governos de forma geral.
Mas o que significa isso, na prática? Mais do que uma sopa de siglas e ideias, a interação homem-máquina (M2M, de Man To Machine, em inglês) significa a chance de monitoramos, aprendermos e otimizarmos a execução de tarefas e análises que, em tempos de extrema virtualização, são impossíveis de serem feitas manualmente.
Não por acaso, segundo pesquisas do Gartner, metade das empresas admite aumentar os investimentos em IoT já nos próximos anos, sobretudo para potencializar o monitoramento e a disponibilidade de suas operações. Na mesma tendência, quase um terço das organizações quer utilizar soluções de Gêmeos Virtuais para compreender, melhorar e acompanhar a evolução de seus negócios.
Outra força nesse cenário é a automação inteligente. Análises da Forrester indicam que a crescente digitalização das operações impulsionará o uso de soluções de RPA baseadas em Inteligência Artificial. O objetivo é dar mais celeridade às tarefas diárias – ou mais complexas – reduzindo desperdícios de tempo e dinheiro, bem como mitigando ameaças como o erro humano e inconsistência na gestão dos ativos.
O fato é que os ganhos da adoção de tecnologias de automação – e a “participação” das máquinas em nossas jornadas de tomada de decisão – são notórios. Estamos falando de vantagens competitivas como a chance de tornar os negócios mais escaláveis, previsíveis, inteligentes e focados nas demandas estratégicas. Ao invés de perder tempo checando versões de arquivo ou monitorando contas, por exemplo, as companhias podem alocar seus talentos no que realmente importa, no core business de suas corporações.
Em tempos como os atuais, que nos exigem máxima disponibilidade, eficiência e agilidade nas respostas, a inovação trazida por tecnologias como RPA e aprendizado de máquina significa uma medida fundamental para o futuro corporativo. E a boa notícia é que este é um campo em franco desenvolvimento e com possibilidades quase irrestritas de aplicação. Por meio dessas tecnologias, é possível conhecer melhor os públicos, antecipar tendência, gerenciar o chão de fábrica, otimizar as cadeias de suprimento, medir indicadores, sugerir novas opções de produtos e serviços, e muito mais.
Temos acompanhado o crescimento de startups e companhias que entendem essa possibilidade. O campo aberto exige visão e parceria. Não se trata de inventar a roda; basta saber procurar quem pode ajudar a traduzir e aplicar esses conceitos. Com o apoio certo, todas as companhias podem se tornar inovadoras e orientadas à disrupção.
Estamos caminhando em direção a um futuro que certamente terá Inteligência Artificial e automação por toda a parte. Há de se ponderar, no entanto, que este futuro não chegará ao mesmo tempo para todas as companhias. Na verdade, apenas quem souber entender as chances de mudança do presente e dar espaço à transformação é que poderá sobreviver até lá.