Inclusão financeira pode transformar a sociedade

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Por Elias Rogério da Silva, presidente da Diebold Nixdorf no Brasil

Pessoas, empresas e governos estão cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade e do compromisso com os princípios ESG (Environmental, Social and Governance). A evolução desse cenário passa pelo tema “inclusão financeira”, pois não há dúvidas de que essa é uma base crucial para o progresso da sociedade brasileira como um todo.

No Brasil, a inclusão financeira tem se tornado um tópico de crescente interesse. Os resultados mais recentes de uma pesquisa realizada pelo Global Findex, publicada regularmente pelo Banco Central, revelam dados impressionantes. Entre 2017 e 2021, houve um notável crescimento no número de adultos que possuem contas bancárias, com um aumento de 14 pontos percentuais. Isso representa uma notícia extremamente positiva para um país que por muito tempo enfrentou sérios desafios para a democratização do acesso aos serviços financeiros.

Uma das descobertas mais significativas da pesquisa é a crescente adoção de pagamentos digitais. Em 2017, havia uma diferença substancial de 25 pontos percentuais entre os grupos de menor e maior renda no uso desses métodos de pagamento. Entretanto, em 2021, essa diferença reduziu-se para apenas 7 pontos percentuais, com 72% dos mais pobres agora utilizando pagamentos digitais de forma rotineira.

Esse dado reflete o poder transformador da tecnologia na superação das barreiras financeiras e na redução da desigualdade. Outros fatores estão também ajudando na adoção de meios digitais pelos brasileiros, como aumento do número de instituições financeiras, expansão de fintechs e a implementação do Pix, um dos métodos de pagamento mais revolucionários que tivemos no Brasil. Além disso, a proliferação de smartphones em toda a população brasileira está contribuindo para aumentar os acessos por meio digital.

Essa conquista não diz respeito apenas ao aspecto econômico, mas também é uma questão de cidadania. Ter acesso a serviços financeiros básicos não só permite aos indivíduos economizarem e gerenciarem seus recursos de forma mais eficiente, mas também promove a inclusão social e o empoderamento econômico. Esse movimento também indica que o Brasil está no caminho certo em relação à inclusão financeira e à adoção de tecnologias monetárias inovadoras. O desafio agora é consolidar esses avanços para continuar promovendo políticas de inclusão, chegando à faixa das pessoas mais necessitadas.

O desenvolvimento de serviços personalizados pode ser um caminho interessante em direção à uma inclusão financeira mais robusta. A abordagem inclusiva e a personalização desempenham um papel-chave na criação de serviços e soluções futuros mais eficazes. Ao adaptar os serviços de acordo com as necessidades específicas dos usuários finais, naturalmente haverá uma conexão mais forte e a prevenção da exclusão financeira potencial.

Vale destacar que essa personalização de serviços envolve atender clientes que ainda preferem realizar pagamentos com moeda em espécie e aqueles que optam por utilizar ATMs no seu dia a dia. A importância dos caixas eletrônicos ainda é bastante relevante no Brasil, com mais de 5,4 bilhões de transações feitas por meio desses equipamentos em 2022, de acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária. Cerca de 75% dos saques e 13% das contratações de investimentos ocorridos no ano passado foram feitos utilizando caixas eletrônicos.

A alfabetização financeira e a educação também desempenham um papel fundamental no caminho para a inclusão monetária. O conhecimento ajuda as pessoas a terem informações e acesso a ferramentas que as ajudem a tomarem decisões financeiras mais bem fundamentadas e a construírem resiliência econômica para o futuro. Trabalhar a partir dessa base também pode impulsionar o crescimento econômico. Se as pessoas na comunidade conseguirem prosperar, isso beneficiará a comunidade como um todo.

Oferecer serviços bancários de valor agregado dessa forma pode também contribuir significativamente para reacender a confiança e melhorar os relacionamentos com os clientes. Ir além das transações bancárias cotidianas e empoderar os usuários finais construirá relacionamentos mais profundos e, potencialmente, atrairá novos clientes. À medida que muitos de nós agora procuram se associar a organizações responsáveis, a educação financeira é a abordagem certa, tanto para o indivíduo quanto para a instituição.

O caminho em direção à inclusão econômica exige um planejamento contínuo, foco e execução consistente do que foi traçado. Em breve, isso se tornará uma jornada contínua. Assim, a inovação e o progresso nos serviços se tornam a norma em muitas indústrias, mas o que é crucialmente importante é que indivíduos, empresas e a comunidade em geral se envolvam nessa mudança.