Por Guilherme Araújo, Diretor de Serviços da Blockbit
Entre as mudanças trazidas à tona pela tecnologia, poucas inovações foram tão marcantes para a vida das pessoas e das empresas como a Internet móvel. Graças à conexão móvel, somos capazes de acessar e gerenciar os mais diversos tipos de aplicações, compartilhando informações com uma velocidade impressionante e simplificando o modo como trabalhamos e nos relacionamos em escala global.
Agora, estamos caminhando para uma nova etapa dessa jornada, com a expectativa da chegada do 5G, a quinta geração das redes sem fio para celulares. De forma prática, o 5G significará mais velocidade e menor latência às conexões, o que permitirá levar a experiência dos usuários a novos patamares.
A expectativa é que essa nova modalidade represente um salto de desempenho de quase 100 vezes em relação ao atual 4G, permitindo que novas formas de trabalho e modelos de negócios surjam para atender o dia a dia das organizações. A ascensão do 5G facilitará a expansão de conceitos como a Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (ML) e análise de dados dentro das empresas, dando suporte a uma nova geração de infraestruturas, plataformas e serviços específicos.
Mais velocidade e maior capacidade para transferência de dados certamente levarão ao aumento no número de dispositivos conectados. Além de novas oportunidades para empresas e clientes, no entanto, esse cenário também deverá trazer novos perigos, com a sofisticação dos ataques maliciosos e o crescimento do número de tentativas de fraudes e invasões.
Isso acontecerá por diversos motivos. Um deles, em especial, é o fato de que as redes 5G utilizarão uma série de novas tecnologias que, entre outros fatores, colocarão os endpoints como parte central das etapas de processamento e tráfego de dados. Como resultado, é esperado que os dispositivos, sensores e equipamentos inteligentes sejam cada vez mais atraentes para cibercriminosos que buscam o sequestro ou o roubo de informações – especialmente no campo corporativo.
Outro impacto importante é que o 5G ampliará a complexidade para a manutenção da privacidade dos dados, tornando essa atividade uma demanda ainda mais urgente. Por se tratar de uma tecnologia que promoverá a maior pulverização de antenas e exigirá uma alta quantidade de transações entre dispositivos e redes, o 5G pode se transformar em um fator que permitirá a coleta e o rastreamento de localização precisa dos usuários com muito mais facilidade. Esses dados podem expor a privacidade dos clientes ou serem manipulados e utilizados indevidamente.
O fato é que o 5G aumentará significativamente o volume de dados em circulação nos dispositivos adicionados às redes e isso, por sua vez, intensificará a importância das soluções de cibersegurança e a análise de vulnerabilidades existentes em cada um desses devices e em todas as estruturas. Esse é um ponto importante, pois, atualmente, os usuários ainda não têm costume de usar soluções para proteger conexões móveis – estima-se que dois terços dos aparelhos inteligentes conectados à Internet não possuam qualquer tipo de ferramentas de proteção instaladas.
Diante dessa realidade, deveremos ver a expansão no número de crimes virtuais e de casos de exposição indevida de dados de companhias e seus clientes. Para evitar esse cenário, portanto, é preciso iniciar uma transformação cultural contínua. É necessário que os dispositivos e as redes contem com ferramentas de proteção e soluções que ajudem a mitigar as ameaças, bloqueando qualquer risco. Essa é uma ação urgente, pois estamos falando de um futuro infinitamente mais complexo, com um número muito maior de dispositivos a serem gerenciados em cada rede.
Nesse contexto, as empresas deveriam buscar formas de garantir que suas defesas estejam em dia, com tecnologia e recursos adequados ao combate das ameaças. Este é o momento para se antecipar e buscar as soluções realmente indicadas para este novo tempo, com ferramentas de ponta para automatizar e agregar mais inteligência às ações diárias de segurança cibernética. A proteção da era do 5G deverá ser capaz de compreender e monitorar uma enorme complexidade de relações e estruturas, muitas vezes ligadas entre si.
Do mesmo modo, é essencial trabalhar para criar uma cultura orientada à segurança, com colaboradores que consigam entender sua participação na cibersegurança da organização e que possam apoiar esse trabalho de proteção, por meio de iniciativas como escolha de senhas mais fortes e análise rigorosa de conteúdo, por exemplo.
Não há mais dúvidas de que a mobilidade será vital para o sucesso das organizações do futuro. Para alcançar o potencial das inovações tecnológicas com proteção, as companhias terão que buscar por soluções avançadas, com recursos que entreguem mais agilidade e segurança. O 5G é um passo incrível para o desenvolvimento de uma indústria mais inovadora e hiperconectada, mas essa conexão móvel também trará desafios para a gestão das informações.
O progresso da inovação não virá sem uma maior complexidade das redes e dos processos. O mercado está se preparando para esse futuro, com opções para que as companhias possam seguir essa jornada de conexão e disponibilidade com mais inteligência e eficiência. Resta saber quem está pronto para aproveitar as vantagens dessa nova geração sem abrir mão da segurança e, assim, conquistar os melhores negócios da era digital.