Gartner prevê três maneiras que as tecnologias autônomas impactarão as funções de planejamento, controladoria e análise em finanças

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A compreensão dessas três tendências ajudará os líderes a terem mais automação

Os responsáveis por planejamento e análises financeiros (FP&A – Financial Planning and Analysis, em inglês) e os líderes de controladoria precisam ter um plano para aproveitarem melhor a aceleração digital, que está rompendo os processos legados em suas funções. A previsão é do Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas.

“Estamos vendo uma aceitação difundida entre os líderes, de que a tecnologia está conduzindo os processos financeiros em direção a um estado de operação autônoma” afirma Matthew Mowrey, Analista e Diretor Sênior de Pesquisas da Prática Financeira do Gartner. “Cerca de 80% dos CFOs (Chief Financial Officers) que consultamos em 2022 esperam gastar mais em Inteligência Artificial (IA) nos próximos dois anos, mas cerca de dois terços dos líderes financeiros pensam que sua função alcançará um estado autônomo somente daqui a seis anos”, dia o analista do Gartner.

Para tornar as finanças autônomas uma realidade, as organizações precisam ir além das prioridades de investimento e repensar três aspectos de suas operações. Assim, devem considerar: como as funções podem fortalecer os modelos semânticos para melhorar a qualidade e a transparência dos dados; como a tecnologia pode expandir o número de equipes realizando atividades baseadas em julgamento versus trabalhos manuais; e como finanças autônomas podem melhorar a performance empresarial, diminuindo o ônus da análise de dados e da tomada de decisões.

Para ajudar os líderes de FP&A e as diretorias de controladoria a planejarem seus futuros, os especialistas do Gartner fizeram três previsões para o impacto das tecnologias autônomas até 2028:

1) Até 2025, 70% das organizações usarão tecnologias de habilitação de linhagem de dados, como análise de gráficos, Machine Learning (Aprendizado de Máquina), Inteligência Artificial (IA) e Blockchain, como componentes críticos de sua modelagem semântica – Os times de FP&A criam relatórios e análises usando dados de vários sistemas que geralmente estão desconectados. Os usuários finais nem sempre têm uma visibilidade clara dessas transformações e podem acabar não confiando ou utilizando dados financeiros indevidamente enquanto tomam decisões. “Quando dados mal compreendidos são usados e o time de FP&A não consegue explicar seu tratamento, os tomadores de decisão frequentemente recorrem à intuição”, diz Mowrey. Segundo ele, as soluções de linhagem de dados prometem explicar melhor o tratamento das bases e melhorar sua transparência para os tomadores de decisão.

O analista destaca que um ambiente de dados cada vez mais regulamentado ao lado de um volume crescente de informações e demandas de apoio às decisões estão impulsionando organizações a buscarem soluções mais ambiciosas para seus problemas. As equipes de FP&A tendem a perceber isso como uma iniciativa de TI porque estão vinculadas aos dados corporativos e à arquitetura analítica. No entanto, esses times têm as habilidades certas e os recursos para conduzirem esse processo na organização.

2) Até 2027, 90% das análises descritivas (“o que aconteceu”) e diagnósticas (“como ou por que aconteceu”) em finanças serão totalmente automatizadas – O Gartner identificou que existe uma tendência recente de fornecedores de ferramentas de análise e inteligência de negócios (A&BI – Analytics and Business Intelligence, em inglês) adquirirem outros fornecedores de ciência de dados e Machine Learning (aprendizado de máquina), indicando um desejo de alavancar esses recursos para automatizar a geração de informações descritivas e de diagnóstico. “As plataformas de A&BI atuais estão mudando a ênfase do analista como consumidor para o tomador de decisão como consumidor”, afirma Mowrey.

Segundo ele, embora os insights descritivos e diagnósticos de análise e inteligência de negócios (A&BI), automatizados ou aumentados, possam minimizar a barreira das habilidades analíticas, os tomadores de decisão ainda devem entendê-los para agir adequadamente. Os líderes de planejamento e análise financeira (FP&A) devem ajudar a estabelecer programas de alfabetização de dados contínuos e evolutivos para todos os colaboradores, incluindo executivos seniores, para permanecerem relevantes e competitivos.

3) Até 2028, 50% das organizações terão substituído abordagens demoradas de previsão de baixo para cima por Inteligência Artificial (IA) resultando em operações autônomas, demandas e outros tipos de planejamento – A tomada de decisão suportada por Inteligência Artificial (IA) está apenas emergindo como uma inovação prática e pronta para uso e se espera que amadureça nos próximos cinco anos. “Embora esteja disponível em muitas aplicações de planejamento financeiro, não é usado amplamente, mas esperamos que isso mude significativamente nos próximos anos”, diz o analista.

O Gartner recomenda que as organizações testem soluções em locais nos quais as abordagens atuais de gerenciamento de decisões inspiram essa necessidade nos decisores, para que os usuários se sintam mais confortáveis com a Inteligência Artificial (IA) no processo decisório. Dessa forma, o maior conforto com a atuação do recurso levará a uma ampla aceitação e impulsionará a empresa a adotá-lo.