Gartner destaca as principais tendências de TI para os próximos anos

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O Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia, destaca as principais previsões que abrangem mudanças no enfoque das organizações e das pessoas sobre TI para os próximos anos. As principais previsões do Gartner para 2010 apontam tendências e eventos que mudarão a natureza dos negócios.

As previsões foram selecionadas de diversas áreas de pesquisa do Gartner como as tendências mais urgentes e críticas. Os tópicos abordados na lista deste ano falam sobre a mudança do equilíbrio do poder e do foco em TI.

“Ao mesmo tempo em que as organizações fazem planos para percorrer a recuperação econômica e se preparar para o retorno do crescimento, o foco de nossas previsões para 2010 está no impacto das mudanças críticas no equilíbrio do controle e do poder em TI. Com o maior cuidado financeiro e regulatório para todas as decisões de investimentos nesta área, poucas organizações não serão afetadas”, afirma o vice-presidente do Gartner, Brian Gammage.

“Para muitas organizações, os desafios econômicos e orçamentários de 2009 levaram a importantes mudanças na governança geral das decisões de investimentos em TI, acelerando a tendência de uma maior prestação de contas e transparência”, diz o vice-presidente de pesquisas do Gartner, Daryl Plummer. “Com forte ênfase em justificativas para cada negócio, os diretores financeiros (CFOs) assumiram um papel mais ativo. Embora muitas organizações tenham entrado em 2010 preparando-se para o retorno do crescimento, é improvável que esse cuidado financeiro seja enfatizado tão logo. Para os líderes de TI, uma maior fluência na linguagem dos negócios tornou-se uma exigência”, completa Plummer.

O objetivo das previsões do Gartner é alertar os leitores a agirem e se posicionarem para aproveitar as vantagens das mudanças que se aproximam, e não serem prejudicados por elas. As principais previsões do Gartner para os próximos anos são:

Até 2012, 20% das empresas não terão ativos de TI

Muitas tendências inter-relacionadas estão impulsionando esse movimento de reduzir os ativos de hardware de TI, tais como virtualização, cloud computing e profissionais usando sistemas de desktops e notebooks em redes corporativas.

A necessidade de hardware de computação, seja nos data centers ou nas mesas dos funcionários, não desaparecerá. Porém, se a propriedade do hardware passar para terceiros, então haverá mudanças maiores em cada faceta da indústria de hardware de TI. Por exemplo, os orçamentos empresariais de TI vão se contrair ou serão realocados para projetos mais estratégicos; a equipe de TI das empresas será reduzida ou reeducada para atender às novas exigências e/ou a distribuição do hardware terá que mudar radicalmente para atender às exigências dos novos pontos de compra de hardware de TI.

Até 2012, as companhias de serviços de TI centralizadas na Índia vão representar 20% dos principais agregadores em nuvens do mercado (por meio de ofertas de serviços em nuvem)

O Gartner vê as companhias de serviços de TI centralizadas na Índia alavancando as posições de mercado e os níveis de confiança estabelecidos para explorar modelos de crescimento de receitas não lineares (que não estão diretamente correlacionados ao crescimento baseado no trabalho) e trabalhando com esforços de pesquisa & desenvolvimento (P&D) de interesse, especialmente na área de computação em nuvem. O trabalho coletivo dos fornecedores centralizados na Índia representa um segmento importante dos agregadores em nuvens do mercado, que oferecerão opções de terceirização que viabilizem nuvens (também conhecidos como cloud services).

Até 2012, o Facebook vai se tornar o hub para integração de redes sociais e socialização Web

Por meio do Facebook Connect e outros mecanismos similares, o Facebook vai dar suporte e terá um papel fundamental no desenvolvimento da web social distribuída e interoperável. Na medida em que o Facebook continua a crescer e a superar outras redes sociais, essa interoperabilidade vai se tornar crítica para o sucesso e a sobrevivência de outras redes sociais, canais de comunicação e sites de mídia.

Outras redes sociais (incluindo o Twitter) vão continuar a evoluir, buscando maior adoção e especialização com áreas de comunicação e conteúdo, mas o Facebook representará um denominador comum a todas elas.

Até 2014, a maioria dos cases de negócios de TI vai incluir os custos da correção do carbono

Hoje, a vitalização dos servidores e o gerenciamento da energia dos desktops demonstram economias substanciais nos custos com energia e essas economias podem ajudar a justificar os projetos. A incorporação dos custos do carbono nos negócios fornece mais uma medida das economias e prepara a organização para um maior exame do seu impacto de carbono.

As pressões econômicas e políticas para demonstrar responsabilidade pelas emissões de dióxido de carbono vão forçar mais empresas a quantificar os custos do carbono nos negócios. Os fornecedores terão que fornecer estatísticas sobre o ciclo de vida do carbono para seus produtos ou encarar a erosão de sua participação no mercado. A incorporação dos custos do carbono nos negócios vai apenas acelerar levemente os ciclos de substituição. Uma estimativa razoável para o custo do carbono em operações típicas de TI seria um ou dois pontos porcentuais dos custos gerais. Portanto, a prestação de contas sobre o carbono vai, provavelmente, alterar o market share, mas não o tamanho do mercado.

Em 2012, 60% das emissões de gases estufa na vida total dos PCs terão ocorrido antes que o usuário ligue a máquina pela primeira vez

O progresso no sentido de reduzir a energia necessária para montar um PC tem sido lento. Por todo o seu ciclo de vida, um PC típico consome dez vezes seu próprio peso em combustíveis fósseis, mas cerca de 80% do uso energético total de um PC ocorre durante a produção e o transporte.

A maior consciência entre os compradores e aqueles que influenciam a compra, a maior pressão dos rótulos ecológicos (eco-labels), as crescentes pressões de custo e a pressão social alertaram a indústria de TI para o problema das emissões de gases estufa. Agora, os pedidos de oferta (RFPs) buscam critérios relacionados ao ambiente nos produtos e nos fornecedores. A consciência ambiental e a pressão legislativa vão aumentar o reconhecimento das emissões de dióxido de carbono na produção e nas atividades de uso. Os provedores de tecnologias devem prever que lhes será solicitado que forneçam dados sobre as emissões de dióxido de carbono para um número crescente de clientes.

O marketing via Internet será regulamentado até 2015, controlando mais de US$250 bilhões em gastos mundialmente

Apesar dos esforços internacionais para eliminar “spams”, as “sujeiras” de marketing são abundantes em todos os canais de marketing.  A pressão por uma maior prestação de contas significa que a reação de consumidores incomodados vai provavelmente direcionar a legislação para regulamentar o marketing pela internet. As companhias que focam a internet primariamente com objetivos de marketing deverão se ver impossibilitadas de comercializar com os clientes de forma eficaz, colocando-se em desvantagem competitiva quando as novas leis entrarem em vigor. Apesar do alto crescimento, os fornecedores que concentram-se unicamente e vendem predominantemente soluções de marketing via internet vão se defrontar com um mercado em declínio, pois as companhias vão dirigir os fundos de marketing a outros canais para compensar.

Até 2014, mais de 3 bilhões de pessoas poderão efetuar transações eletronicamente via tecnologia de celulares ou internet

As economias emergentes verão rapidamente o crescimento da adoção de celulares e da internet até 2014. Ao mesmo tempo, os progressos nos pagamentos, comércio e operações bancárias via dispositivos móveis estão facilitando as transações eletrônicas via celular ou Internet no PC. A combinação dessas duas tendências cria uma situação na qual uma maioria significativa da população adulta do mundo vai poder efetuar transações eletrônicas até 2014.

A pesquisa do Gartner prevê que, até 2014, haverá uma taxa de penetração de dispositivos móveis de 90% e 6,5 bilhões de conexões móveis. A penetração não será uniforme, pois continentes como a Ásia (excluindo-se o Japão) verão uma penetração de 68% e a África, 56%. Embora nem todas as pessoas que tenham um celular ou acesso à internet vão efetuar transações eletrônicas, cada uma delas poderá fazer isso. As transações em dinheiro continuarão a ser dominantes nos mercados emergentes até 2014, mas as bases para as transações eletrônicas estão em andamento para a maioria do mundo adulto.

Até 2015, o contexto será tão influente para os serviços móveis de consumo e relacionamento quanto os mecanismos de busca são para a web

Enquanto a busca fornece a “chave” para organizar informações e serviços para a web, o contexto será a “chave” para oferecer experiências personalizadas por meio de smartphones ou qualquer interação que um usuário final tenha com a tecnologia da informação. Os sistemas de busca são centrados na criação de conteúdo que chame a atenção e possa ser analisado. O contexto vai se concentrar em padrões de observação, particularmente a localização, presença e interações sociais. Além disso, embora a busca tenha sido baseada em um conjunto de informações da web, os serviços enriquecidos com contexto vão, em muitos casos, pré-propagar ou extrair informações para os usuários.

A posição mais poderosa no modelo de negócios de contexto será a de um provedor de contexto. Provedores de Web, dispositivos, plataformas sociais, serviços de telecomunicação, fornecedores de software e fornecedores de infraestruturas de comunicação vão competir para se tornarem provedores de contextos significativos nos próximos três anos. Qualquer fornecedor da web que não se torne um provedor de contexto arrisca-se a ceder a propriedade efetiva do cliente a outro provedor de contexto, que vai impactar os negócios clássicos e móveis dos fornecedores.

Até 2013, os telefones celulares vão ultrapassar os PCs como dispositivo mais comum para acesso à web

De acordo com as estimativas do Gartner, o número total de PCs em uso chegará a 1,78 bilhão de unidades em 2013. Até 2013, a base instalada combinada de smartphones e telefones equipados com navegadores vai ultrapassar 1,82 bilhão de unidades e, dali em diante, será maior do que a base instalada de PCs.

Tipicamente, os usuários de dispositivos móveis estão preparados para dar menos cliques em um site web do que os usuários que acessam em um PC. Embora um número crescente de sites e aplicações baseadas na web ofereça suporte para dispositivos móveis pequenos, muitos ainda não o fazem. Os sites que não forem otimizados para formatos de tela menores vão se tornar uma barreira de mercado para seus proprietários – muito conteúdo e muitos sites terão que ser reformatados/reconstruídos.