Estudo sobre a indústria farmacêutica apresenta desafios do mercado

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Países emergentes devem crescer, até 2016, cerca de 12% ao ano

A Roland Berger, uma das principais empresas de consultoria em gestão empresarial do mundo, apresenta estudo indicando que a indústria farmacêutica está sofrendo um encolhimento considerável nas margens de lucro por conta do aumento de preço, da pressão de custos e, principalmente, das mudanças regulatórias e das patentes vencidas. Três a cada quatro empresas acreditam qua a indústria farmacêutica está vivendo uma crise estratégica. O levantamento “Pharma’s fight for profitability” avalia a situação atual do mercado e descreve possíveis soluções.

De todos os participantes da pesquisa, 78% entendem que as empresas farmacêuticas devem ajustar seus modelos de negócios para atender às novas exigências do mercado. Isso inclui o forte investimento nos mercados emergentes de alto crescimento, que devem compor cerca de 40% do mercado farmacêutico mundial até 2016.

“A indústria farmacêutica mundial está enfrentando uma grande mudança estrutural. Mesmo que as vendas globais tenham crescido nos últimos anos, as margens de lucro caíram consideravelmente”, diz Jorge Pereira da Costa, sócio da Roland Berger Strategy Consultants. “Isso significa que será necessário realinhar os modelos de negócios para atender às necessidades do mercado, o que é fundamental para garantir o sucesso das operações”, explica.

Embora as dez maiores empresas farmacêuticas do mundo tenham aumentado as vendas em torno de 13%, no período de 2009 a 2010, as margens Ebit caíram, durante o mesmo período, cerca de 4%, o que representa uma queda de 34 bilhões de euros no lucro.

Dentro deste cenário há um foco no mercado emergente, que vive um crescimento significativo e que pode oferecer diversas soluções para sair desta difícil situação, desempenhando um papel importante na condução do crescimento da indústria farmacêutica global nos próximos anos. Enquanto o mercado de produtos farmacêuticos vai crescer em média 4,5% ao ano, até 2016, o crescimento em países emergentes vai aumentar em quase 12%. Especialmente a China, o Brasil, a Índia e a Rússia estão experimentando crescimentos acima da média.

“O poder de compra crescente nessas regiões, o aumento da classe média e melhores sistemas de saúde estão impulsionando a demanda por medicamentos”, diz Pereira da Costa. “Portanto, não é nenhuma surpresa que muitas empresas farmacêuticas estejam cada vez mais focadas em mercados emergentes para aproveitar melhor o seu potencial de crescimento”, conclui.