Especialistas alertam população sobre riscos à saúde no Carnaval

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Perda auditiva e neurotrauma podem causar graves consequências e sequelas irreversíveis

 

Os brasileiros já contam os dias para cair no samba, no axé e em outros ritmos musicais do Carnaval. No entanto, é preciso tomar alguns cuidados com a audição e contra acidentes para a festa não acabar em tragédia. 

Trios elétricos, ruas abarrotadas de pessoas, batuques e música em volume ensurdecedor são muito comuns no Carnaval, assim como as consequências negativas desta superexposição ao som alto. O limite máximo recomendado de exposição a sons é de 85 decibéis, se essa quantidade for ultrapassada há risco de perda auditiva. O problema também depende da intensidade do som (volume), do tempo de exposição e da sensibilidade de cada indivíduo.

“Os sintomas da perda são diversos, como sensação de pressão nos ouvidos, zumbido, dificuldade para ouvir, tontura, irritabilidade, sensação de ouvido tampado, pressão e estalos no ouvido”, explica a fonoaudióloga do Grupo Microsom, Maria do Carmo Branco.  Caso um ou mais sintomas permaneçam, mesmo horas após a saída do ambiente com som intenso, recomenda-se procurar um otorrinolaringologista para a realização de uma avaliação.

A fonoaudióloga ainda oferece dicas de proteção: “Ao frequentar as festas, bailes ou eventos de rua, é importante evitar ficar muito próximo às caixas de som e dos conjuntos musicais. Além disso, vale prestar atenção no tempo de exposição ao som intenso”.

 

Acidentes e neurotrauma

Em períodos festivos como o Carnaval, também aumenta a ocorrência de quedas e acidentes traumáticos causados por de desastres automobilísticos, ou imprudência na hora de saltar em piscinas, cachoeiras ou no mar. “Tais eventos podem provocar consequências graves e causar traumas neurológicos, no cérebro e na medula. Dependendo da gravidade, as lesões podem ser irreversíveis, levam à paralisia do cérebro, dos membros ou até à morte”, explica o neurocirurgião, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), Miguel Giudicissi.

Segundo a SBN, aproximadamente R$ 9 bilhões são destinados anualmente ao atendimento de casos de trauma, o que representa quase um terço de tudo que é investido em saúde pública no País. Com o objetivo de orientar a população, a instituição trouxe ao País o projeto Pense Bem, que engloba apresentação de pesquisas e palestras, além de distribuição de folhetos com casos e depoimentos de vítimas. A ideia de criar o projeto surgiu após a constatação de um alto índice de neurotrauma decorrente de diversos tipos de acidentes no cotidiano, como soltar pipas em lages das casas, subir em árvore sem verificar a segurança dos galhos, pular em rios, lagos, piscinas e mar sem verificar a profundidade, sentar na cadeira inclinada sobre duas pernas, subir escada sem corrimão, colisões no trânsito e outras situações semelhantes. A campanha oferece dicas de como praticar estas atividades sem correr riscos.