É possível criar logística sustentável e inteligente. Mas tem que dar o primeiro passo

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on LinkedIn

por Victor Simas

Victor Simas, presidente da Confenar.

Sempre que tenho oportunidade de expor minhas ideias, gosto e costumo enfatizar a importância da criação – e manutenção – das alternativas de fontes de logística sustentáveis. Muitos me questionam sobre a importância de ações que preservem o nosso meio ambiente e, claro, sejam rentáveis para a estrutura da empresa.  Apesar de não ser um processo fácil, é possível que, com ideias simples e factíveis, seja possível trazer grandes avanços para as companhias nessa área.

Para colocar essas ideias em prática, antes de qualquer coisa, aconselho as empresas a criarem um plano de monitoramento das ações e práticas que desejam implantar ou mudar. Por exemplo, se uma empresa percebe que teve um grande aumento no uso de água e as despesas com esse serviço aumentaram muito, um sistema de monitoramente deve começar a ser desenvolvido. Onde a empresa gasta mais água? Com que frequência  é utilizada? Quantos litros de água são necessários para o consumo normal das atividades da empresa durante o mês? A partir desse diagnóstico, práticas e procedimentos podem ser adotados para se chegar ao objetivo de economizar e não estourar o orçamento. Uma medida prática exemplar é reutilizar a água para lavar caminhões e dependências da empresa.

A partir desta postura em relação ao consumo de água e outros insumos, a empresa começa a assumir a gestão de suas práticas sustentáveis, que não são benéficas apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde financeira da companhia. Já tomei conhecimento da situação de empresas que gastavam muito mais do que o previsto apenas para manter serviços base, como a distribuição de água, luz e limpeza, por exemplo. Isso vai na contramão dos interesses daquelas companhias que querem ser tornar  mais inovadoras, inteligentes e competitivas no mercado,

Além das ações aqui mencionadas, muitas outras iniciativas são válidas para contribuir com o desenvolvimento sustentável de uma empresa de transporte e logística. Nesse movimento podemos incluir a criação de um local apropriado para o descarte de materiais tóxicos, o cuidado e a manutenção dos veículos emissores de gases poluentes, o plantio de árvores em torno do pátio de caminhões, a manutenção correta de pneus, máquinas e lâmpadas, além da reciclagem dos produtos utilizados na operação, como a madeira dos palets e o papelão das caixas.

Olhando desse prisma, não é acreditar se possível criar e manter uma empresa de logística operando de maneira sustentável e inteligente. Fica, portanto, sob responsabilidade da companhia desenvolver essa vontade de criar um ambiente mais saudável e seguro, incluindo o bem-estar de seus funcionários e consumidores.  Queremos chegar a uma relação mais saudável e amigável com o meio ambiente. Mas, para isso, precisamos agir em favor dele.

*Victor Simas é presidente da Confenar (Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição).