Diversidade e comunicação: construindo uma marca socialmente responsável

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Por Angélica Consiglio

Cada vez mais, as empresas e marcas estão descobrindo que, na mente de seus clientes, funcionários, comunidades e investidores, simplesmente “fazer o bem” não é mais o suficiente. As partes interessadas desejam e esperam que as organizações para as quais trabalham e com as quais fazem negócios tomem uma posição sobre o que é importante e usem seus músculos corporativos para impulsionar a mudança.

Certamente não é por acaso. Na verdade, é uma espécie de convergência. Quando os interesses altruístas e pragmáticos se alinham, os movimentos ganham impulso. Considere, por exemplo, a jornada que muitas organizações estão percorrendo para evoluir de um modelo de Responsabilidade Social Corporativa para um modelo de Governança Social Ambiental (ESG). Do ponto de vista altruísta, todos nós queremos fazer do mundo um lugar melhor para nossos filhos. No entanto, pragmaticamente falando, a realidade é que todos nós precisamos de água limpa para sobreviver e há milhões de empresas que dependem de água limpa para fazer seus produtos.

Uma dinâmica semelhante existe em muitas das questões atuais que vimos ganhar impulso nos últimos anos. Todos devem ter a chance de ter uma carreira de sucesso; mas a realidade é que as empresas não conseguem encontrar o talento para crescer e a falta de diversidade inibe a inovação. Os cuidados de saúde são um direito humano básico; mas os altos custos drenam a economia e a lucratividade. Há muitas pessoas que estão a um cheque de aluguel de viver nas ruas; mas não podemos atrair pessoas para morar em áreas sem habitação a preços acessíveis.

Esses exemplos são apenas a ponta do iceberg em um fluxo quase infinito de problemas que enfrentamos hoje. Não faltam oportunidades para as organizações se destacarem e fazerem a diferença, mas antes de começar, considere as seguintes práticas recomendadas:

– Certifique-se de que seu propósito e valores corporativos sejam claramente definidos, compreendidos e apreciados. A liderança e os funcionários precisam conhecê-los e vivê-los, e eles devem servir como a estrela do norte para sua estratégia de impacto social.

–  Entenda quem são seus stakeholders e o que eles desejam. Saiba o que é importante para seus funcionários, clientes e outros influenciadores importantes. Identifique onde você pode causar um impacto em uma questão / área que seja importante para eles – que também esteja alinhada com o seu propósito, valores e estratégia de negócios, e que seja relevante para a sociedade.

– Defina seu foco e articule seus objetivos. Não tente ser tudo para todas as pessoas. Concentre-se nas questões que você tem a maior oportunidade de impactar e estabeleça claramente seus objetivos.

– Crie rede de conexões e comece pela comunicação interna. Certifique-se de que seus funcionários conhecem e, principalmente, se identificam com o propósito da sua empresa. Uma estratégia e um plano de comunicação interna completos são essenciais para o sucesso, ainda mais nos dias de hoje.

– Implemente uma política de comunicação que incentive todos a fazerem perguntas, pois quando entendem as razões as pessoas tendem a abraçar as causas com mais intensidade.

– Comunique as conquistas e, também, os desafios, medindo o impacto dos avanços e coletando ideias com o time. Se você errou, assuma e conserte o eixo. Pessoas gostam dessa postura e se identificam com quem conta a verdade.

– Explore parcerias com outras organizações com ideias semelhantes. Há força nos números. Identifique oportunidades de trabalhar com outras pessoas para expandir o alcance e o esforço, mas garanta que os parceiros tenham valores e objetivos semelhantes.

–  Seja paciente. A mudança não acontece durante a noite. O impacto social é uma maratona, não um sprint, e requer um compromisso de longo prazo e uma estratégia sólida.

– Agora, mais do que nunca, funcionários e consumidores estão cobrando pelas mudanças, em um ambiente que está mais fiscalizador do que nunca.

Nunca em nossa história, o Brasil enfrentou uma mudança tão dramática. A pandemia não apenas virou o cenário de negócios de cabeça para baixo, mas agora os líderes corporativos se encontram lutando com uma série de questões sociais de alto perfil que dividiram o País. Os líderes seniores estão descobrindo como pode ser difícil navegar nas complexidades da justiça social. O movimento Black Lives Matter, a legislação de direitos de voto, bem como a igualdade na saúde têm liderado as manchetes ultimamente, mas abaixo da superfície está uma série de outras questões que estão chamando a atenção da nova geração de empregados socialmente ativos. Os grupos de defesa também estão pressionando os CEOs a tomar posições sobre questões que antes eram consideradas tabu pelos líderes empresariais. O que fazer agora é assunto de muitos conselhos de administração em todo o País.

Superficialmente, engajar-se em questões sociais pode parecer um passo lógico para uma empresa, dadas as mudanças na sociedade, mas antes de entrar nessas águas, seria sensato examinar mais de perto as questões envolvidas. A paisagem está repleta de empresas que pensaram estar defendendo a causa certa, apenas para serem cortadas em pedaços por críticos que alegaram que suas ações não correspondiam a suas palavras de preocupação. Fatores que podem ajudar a enfrentar esses desafios:

– Resista a conclusões precipitadas. Reserve um tempo para instruir sua equipe sobre os detalhes do problema. Esse tipo de decisão deve ser feito após consulta cuidadosa aos líderes da organização que tocam os diferentes públicos aos quais você atende.

– Comece com o fim em mente. Qual é o objetivo final que você procura alcançar?

– Transparência, autenticidade e humildade são fundamentais. Essas são questões difíceis e está tudo bem não ter respostas claras.

– Considere os efeitos de longo prazo. O que você diz hoje precisa ser algo com o qual você possa se comprometer no futuro.

– Combine palavras com ações. O “suporte” deve incluir maneiras tangíveis pelas quais a empresa e a marca estão respondendo.

Para ajudar os líderes a explorar todos os aspectos dessa decisão, desenvolvemos um Scorecard de Questões Sociais que usamos para orientar os líderes seniores durante esse processo. Obter uma perspectiva externa pode ajudar a garantir que a política interna não atinja um processo completo e cuidadoso.

Sem dúvida, ações de inclusão e diversidade (I&D) não são novas para a maioria das empresas. Na verdade, 98% das grandes empresas estão investindo em iniciativas de diversidade. Além de ser apenas a coisa certa a se fazer, estudo após estudo descobriu que a diversidade – de pensamento, gênero e raça – melhora o desempenho dos negócios em até 45%. Porém, ainda há muito a ser feito nesse período pós-pandemia, no qual a diversidade passa a ser um fator determinante para a escolha da empresa para a maioria dos funcionários. Portanto, podemos dizer que a Era do Próposito chegou e irá continuar por muitos anos.

A Planin Comunicação tem desenvolvido muitos projetos de comunicação para mobilizar colaboradores e stakeholders sobre o propósito empresarial de seus clientes. Isso tem ajudado no aumento de reputação, no fortalecimento da imagem e no engajamento com os públicos de interesse. Notamos que o sucesso nessa jornada se dá com:

– Alinhamento cultural para entender como a inclusão e a diversidade se encaixam na cultura corporativa;

– Comunicação para criar boas narrativas, sólidas e fáceis de serem entendidas por todos interna e externamente;

– Transparência para comunicar, para ajustar questões e para corrigir eventuais deslizes;

– Integração para criação de canais de mão dupla de comunicação que ajudem no entendimento do propósito e sua aplicação em todas as suas frentes de atuação.

Como falamos aqui na agência, podemos mudar o mundo a partir da comunicação!

Se desejar saber mais sobre o tema e sobre ou serviços da Planin Comunicação para preparar a sua empresa para esse novo cenário, fale com nossos especialistas em comunicação. Temos certeza de que os ganhos de imagem e de negócios serão impactantes.

Foto: fauxels no Pexels