Como os Serviços Financeiros Móveis estão mudando os negócios no Setor Financeiro

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Como os Serviços Financeiros Móveis estão mudando os negócios no Setor Financeiro

 

*Paulo Martins

Com a crescente adoção de tecnologias móveis para o desenvolvimento de novos negócios, a mobilidade finalmente chegou ao setor financeiro e está se tornando cada vez mais um fator essencial para o crescimento deste segmento. A adesão destas soluções, inovadoras e diferenciadas, está revolucionando os negócios das empresas de diversas maneiras: os consumidores esperam que os Serviços Financeiros Móveis estejam sempre disponíveis, com novas ofertas, modelos de distribuição, manutenção de produtos e serviços, além de manter os níveis de confiança e segurança necessários. Vale ressaltar que os consumidores não são os únicos a exigir novidades sobre este tema ao setor financeiro: além deles, existem novos operadores, a questão da globalização do mercado, as regras de conformidade e formalização, que acabam derivando em novas estratégias de marketing e opções de sourcing.

          Uma grande variedade de Serviços Financeiros Móveis, incluindo Mobile Payments e Mobile Banking, já podem ser fornecidas atualmente, por meio da combinação das tecnologias existentes. Os smartphones devem ser a grande plataforma desta revolução, apesar de outras – como os tablets – estarem em ascensão. Com os smartphones e o advento de aplicações móveis, pavimentou-se o caminho para funcionalidades mais abrangentes e específicas uma vez que observamos consumidores cada vez mais dependentes de seus dispositivos móveis, com acesso às soluções altamente avançadas, a necessidade de realizar pagamentos por estes dispositivos também torna-se mais requerida. Outro fator positivo é a possibilidade de usá-los em qualquer local e a qualquer hora, sem precisar de um computador. 

Se por um lado no Brasil, a cobertura da rede celular é superior à tradicional cobertura das agências das instituições financeiras, possibilitando que mais usuários possam acessar os serviços, por outro lado, ainda estamos iniciando este percurso. Dados apontam que o Brasil encerrou o ano de 2011 com mais de 236,08 milhões de linhas de celulares, de acordo com balanço divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com isso, a chamada “teledensidade” no País chegou a 120,81 linhas a cada 100 habitantes. Ainda, segundo a Anatel, 81,65% dos celulares do País são pré-pagos (192,7 milhões) e 18,35%, pós-pagos (43,32 milhões). Do total, apenas 38,83 milhões de linhas têm acesso à internet 3G e que apenas 30% dos usuários dos smartphones no País têm planos de dados.

Diante deste quadro, não dá para tentar impor uma única rota tecnológica e de modelo de negócios para a entrega e adoção de Serviços Financeiros Móveis. As soluções recentemente apresentadas justificam um ponto de inflexão – uma revolução, o que permitirá mudar rapidamente esta paisagem. Neste cenário, as instituições financeiras no Brasil podem iniciar a construção das suas ofertas de Mobile Payments e Mobile Banking habilitando, por exemplo, a tecnologia Short Message Service (SMS), um protocolo de comunicação que permite a troca de mensagens curtas de texto entre dispositivos de telefonia móvel. O SMS é o serviço mais aceito dos serviços oferecidos pelas operadoras de rede móvel e é o mais usado para realizar Mobile Payments. É barato e fácil de usar.

Apesar das grandes possibilidades no uso desta tecnologia, algumas características e padrões necessitam ser analisados e discutidos em um contexto maior. Questões como dispositivos com características diferenciadas, inconsistência na experiência de uso, segurança, necessidade de roadmap de evolução tecnológica e manutenção e atualização em diversas plataformas podem apresentar entraves, assim, é necessário ter uma visão global de mobilidade, com uma solução integrada que permita tirar proveito dos diferentes canais e suas características próprias, abstraindo as diferenças tecnológicas.

Os canais de atendimento dos setores financeiro e de telecomunicações mudaram rapidamente ao longo das últimas duas décadas e, hoje, há uma excepcional oportunidade para essas empresas repensarem suas estratégias trabalhando em modelos de negócios colaborativos para oferecer serviços com boa relação custo-benefício, eficaz e convincente. A cooperação entre as indústrias é um dos fatores chave de sucesso para os Serviços Financeiros Móveis.

Enfim, nenhuma organização pode mais ignorar a mobilidade, pois rapidamente este conceito se tornará a principal forma de interação com os seus clientes. Qualquer pessoa com o seu dispositivo móvel, independentemente de suas capacidades e do seu nível de conhecimentos tecnológicos, poderáusar os benefícios oferecidos por uma instituição financeira.

 

* Paulo Martins é Managing Director para Serviços Financeiros da Logica na América do Sul