Como construir uma cultura inclusiva e cada vez mais diversa nas companhias

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Maria Teresa Wassermann, Sócia-diretora de Multimídia

“Diversidade é sobre todos nós, sobre ter que descobrir juntos como andar por este mundo.”
Jacqueline Woodson, escritora

Felizmente, a sociedade – e as companhias como reflexo – vem imprimindo velocidade nos movimentos de estabelecimento de novas bases mais equalitárias. Porém, o trabalho é grande já que a necessidade é de desconstrução de ideias muito enraizadas, de uma espécie de inconsciente coletivo feito da premissa de que o “diferente” é uma ameaça. Em muitos grupos sociais, o diverso – ou o que foge a algum padrão pactuado internamente – é o adversário.

É tempo de reconstrução das premissas sociais. Hoje, caminhamos para ter uma maior compreensão do fato de que a diversidade é o que constrói a riqueza da vida. A soma de visões de mundo, das sensibilidades, das experiências, dos saberes, dos sonhos e ideias é o que nos faz cada vez mais humanos e faz do mundo um lugar melhor para todos.

Diversidade é uma força criativa que impulsiona o desenvolvimento humano.

Como aproveitar esse potencial do diverso dentro das companhias? Construindo uma cultura corporativa na qual a equidade e a inclusão sejam realmente o norte. Como escrevi em outro artigo sobre o tema, as empresas precisam ir além da ideia bonita estampada na parede de lousa da sala de reuniões.

Para construir uma nova cultura é preciso criar uma agenda de transformação. É preciso observar os comportamentos e microcomportamentos do dia a dia, abrir lugar seguro de escuta para, de fato, encontrar os problemas e trabalhar nas soluções que se fazem necessárias. E, quando falamos em soluções, falamos em mudar o olhar da companhia, em transformar profundamente as práticas cotidianas. A começar pelo board até chegar, por efeito cascata, em cada colaborador.

Como fazer isso?
Um dos pais da filosofia de gestão Lean – metodologia conhecida por ter ferramentas para mudar a cultura corporativa de forma consistente e sustentável -, o norte-americano John Shook diz que não é possível mudar uma cultura por imposição, mas sim pela ação do dia a dia. Shook detalha sua teoria no artigo para a MIT Sloam Management Review chamado How to Change a Culture: Lessons from Nummi. Ele sintetiza muito bem esse conceito na sua conhecida Pirâmide de Shook, na qual mostra que são as práticas que transformam pensamentos dos indivíduos e, em consequência, transformam a cultura de uma companhia de ponta a ponta.

(Imagem da prirâmide de Shook criada livremente a partir de publicação do Lean Institute)

Ou seja, mude a forma como as pessoas fazem as suas atividades e, aos poucos, elas mudarão a forma de pensar. Porém, a experiência nos mostra que não é possível impor novos comportamentos e práticas às pessoas, por mais que elas façam parte necessária da nova lógica que queremos estabelecer na companhia. Isso só será possível se esses novos conceitos e processos fizerem sentido para as pessoas, facilitarem o seu trabalho.

Pensando especificamente na mudança em direção à inclusão e equidade, é preciso estabelecer um ambiente acolhedor e inserir a informação sobre os temas na rotina de trabalho. E, principalmente, abrir espaços de comunicação clara, horizontal, integrada e efetiva que trate de questões de gênero, raciais, religiosas, de orientação sexual ou de pcds muito abertamente.

E –  insisto – essas ações devem ser reais e não apenas pro forma, para cumprir metas de inclusão. Uma recente pesquisa chamada Diversity Wins: How Inclusion Matters, aponta que, mesmo as companhias em que a maioria dos colaboradores (52%) afirmava ter sentimentos positivos sobre diversidade, os números da inclusão não eram tão bons. Apenas 29% das pessoas tinham a sensação de que a empresa era realmente inclusiva. O que nos mostra que mesmo as companhias com ambientes diversos enfrentam desafios para que as pessoas se sintam, de fato, pertencendo.

Sem uma experiência de pertencimento que permita que as pessoas se sintam acolhidas e prosperem, de nada vão adiantar os esforços de transformação de valores, regras e de processos de contratação de talentos diversos. O real valor da diversidade, que é a construção da inteligência coletiva que impulsiona a companhia, será desperdiçado.

Dando o primeiro passo
Se pensarmos em um passo a passo para estabelecer uma nova cultura em uma companhia, o primeiro será criar um grupo dedicado ao tema. Esse grupo deve estudar, falar com especialistas, buscar conhecer as melhores práticas do mercado, ouvir os colaboradores e – a partir do cruzamento de informações – definir ações que façam sentido para a companhia.

Pode ser desde adaptar os locais internos à acessibilidade, ter banheiros inclusivos, ter comunicação interna dedicada e agenda de workshops e palestras sobre os temas relativos à diversidade, até modificar politicas internas de contratação e comportamentos.

E, para que a mudança seja real, estabeleça metas e avalie periodicamente por meio de números de diversidade interna – em todos os níveis hierárquicos – e realização de pesquisas de satisfação específicas periódicas, por exemplo.

Aqui na Planin, temos um ambiente onde a diversidade e a equidade são valores fundamentais e nossa principal ferramenta para isso é a comunicação. Se você quiser ajuda para estabelecer uma nova cultura na sua companhia,  entre em contato com a Planin Comunicação pelo e-mail [email protected] e consulte nossos especialistas.

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