Agricultores recebem fertilizantes, adubos, sementes e outros insumos para o cultivo de grãos
A C&BI Agro Partners, joint venture que se originou da parceria entre o BI&P – Banco Indusval & Partners e a Lifregrain (empresa do Grupo Ceagro), atua no mercado agrícola, estruturando produtos financeiros e captando clientes. O papel da empresa é estruturar operações financeiras para aquisição de insumos agrícolas tais como sementes, adubos, defensivos, fertilizantes, entre outros itens para o cultivo de grãos. A companhia financia produtores rurais de milho e soja, por meio de cédulas de produto rural – CPR física (título endossado que pode ser negociável), instrumento de custeio na agricultura.
O diferencial da C&BI Agro Partners é a forma de negociação com os agricultores por meio da moeda produzida por eles, como soja e milho. No modelo de negócio, o banco financia a operação e a trade recebe os grãos do produtor. A empresa responde por toda a análise de crédito, desenvolvimento de novos produtos financeiros e relacionamento com os novos clientes. Ao fim do contrato, a Ceagro recebe os grãos dos produtores e os exporta.
“Ao emitir o título, em vez de receber recursos (dinheiro), o produtor ganha insumos para a lavoura. A vantagem é que na troca ele garante à C&BI Agro Partners que pagará sua dívida por meio de sua produção”, afirma André Jacinto Mesquita, vice-presidente de Produtos e Comercial do BI&P – Banco Indusval & Partners. Para o executivo, a vantagem é que o banco tem acesso a um instrumento de crédito diferenciado. A empresa é uma nova ferramenta de custeio para bons produtores de grãos.
De acordo com Mesquita, a C&BI Agro Partners une o mercado físico ao mercado financeiro, gera ativos para financiar produtos e mitiga os riscos para bancos e produtores. “Existem hedges e proteções e, em uma eventual queda de preços, o produtor quita o débito na moeda que possui”.
A parceria entre o BI&P – Banco Indusval & Partners e o Grupo Ceagro é a união da instituição financeira com uma trading, o que é saudável para os produtores e para o banco, além de melhorar a estrutura financeira da operação. O que diferencia a joint venture de outras tradings é que as demais têm um banco próprio ou são produtoras de fertilizantes e, por esse motivo, não têm condição financeira para negociar os insumos. A estrutura de logística da Ceagro também é imprescindível para realização da operação.
Para a C&BI Agro Partners, um dos benefícios é otimizar a compra dos produtos. O produtor, por sua vez, tem produtos mais competitivos e negocia com uma empresa que conhece e entende seu mercado de atuação. A segurança do crédito nesse tipo de operação também é atrativa para o banco.
“Juntos (banco e Ceagro), temos condições de travar o risco com derivativos, o que muito produtores não conseguem fazer”, ressalta Antonio Carlos Gonçalves Junior, presidente e CEO da Ceagro.
Os bancos em geral trabalham apenas com a CPR financeira, em que o produtor assume uma dívida financeira, em moeda, equivalente ao valor de uma determinada quantidade de produção. As oscilações do preço das mercadorias são assumidas pelo tomador da dívida. Na CPR física, esse risco fica por conta de quem concede o empréstimo.
A joint venture tem equipe própria e sede na cidade de Campinas (SP). Iniciou suas operações em dezembro de 2012, com capital de R$ 10 milhões, sendo 50% de cada parte. Para a primeira safra – 2013/2014 – a expectativa da empresa é financiar entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões. Inicialmente, a operação é restrita à região Centro-Oeste do País.