Aparelhos de som portáteis deverão indicar nível seguro de volume

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Segundo fonoaudióloga do Grupo Microsom, uso excessivo de fones de ouvido em alto volume provoca perda auditiva; problema é irreversível

           

A Câmara dos Deputados já analisa o Projeto de Lei 7426/10, que obriga os fabricantes de aparelhos de som portáteis, como rádio, tocador de mp3 e telefone celular, a indicar o limite de volume máximo para o uso com fone de ouvido, alertando que a audição do usuário pode ser prejudicada se este nível for ultrapassado. A proposta foi desenvolvida pelo deputado Homero Pereira (PR-MT).

De acordo com o projeto, o fabricante também deverá incluir no manual do equipamento uma tabela indicando as unidades de volume que o aparelho atinge e a quantidade propícia para não causar danos à audição do usuário. A proposta também define que as embalagens e campanhas publicitárias impressas dos aparelhos divulguem mensagens referentes ao risco à audição e sugiram a leitura atenta do manual e da tabela apresentada pelo produtor.

Segundo o Grupo de Estudo de Zumbido do Hospital das Clínicas de São Paulo, 35% dos casos de pacientes com problemas auditivos se devem à exposição contínua a sons lesivos, como dos aparelhos portáteis. “O uso prolongado dos fones de ouvido em alto volume pode causar danos, como perda de audição. Por isso, é muito importante que as pessoas fiquem atentas a qualquer variação na sensibilidade auditiva. O zumbido contínuo é um dos sinais de perda, que é um problema irreversível”, explica Maria do Carmo Branco, fonoaudióloga do Grupo Microsom, uma das mais conceituadas empresas de soluções auditivas do Brasil.

O principal dano provocado pelo alto volume nos fones é causado às estruturas do ouvido interno, como a cóclea, uma estrutura parecida com um caracol, cuja função é a percepção do som. Segundo um estudo divulgado pelo Comitê Científico para riscos de saúde emergentes e identificados da Comissão Européia, entre 5% e 10% dos usuários que escutam música em alto volume com aparelhos portáteis durante mais de uma hora por dia, por um período de pelo menos cinco anos, podem ter perda permanente da capacidade auditiva.

 “Atualmente, os tocadores de MP3 são muito potentes, por isso é recomendado que o usuário use o aparelho na metade da sua potência total e evite sua utilização por muitas horas seguidas”, recomenda a fonoaudióloga.

O desenvolvimento tecnológico permite que os tocadores de MP3 atinjam uma intensidade muito alta, com boa qualidade sonora. O extenso tempo de utilização da bateria também contribui para o mau uso desses equipamentos.

Quem não cumprir as regras, de acordo com o projeto, ficará sujeito à multa de R$ 3.200, que será dobrada a cada reincidência. Além disso, os produtos serão apreendidos caso a situação não seja regularizada após dez dias da notificação da empresa.