A internacionalização da logística brasileira

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por Victor Simas

Victor SimasVictor Simas, presidente da Confenar.

Diariamente, ao estudar os acontecimentos da logística do nosso País, sempre me deparo com notícias que envolvem o investimento de empresas internacionais no nosso sistema de transportes. Companhias chinesas, francesas, inglesas e até americanas já enxergaram o tamanho do nosso potencial de distribuição e estão cada vez mais empenhados em encontrar espaços onde possam investir no nosso promissor Brasil. Mas na prática, até qual ponto esses investimentos impulsionam nossa econômica e enriquecem nossa logística?

Se formos levar em conta os nossos habituais problemas, sejam eles políticos ou de recursos, os investimentos são sim bem vindos. Afinal, temos um Brasil imenso, carente de uma infraestrutura eficaz e que necessita urgentemente de condições mais palpáveis de distribuição. O nosso povo, que adquiriu nos últimos anos maior poder aquisitivo, está consumindo mais, o que demanda maior distribuição de suprimentos e produtos por entre as cidades, além de todos os nossos déficits em transporte e locomoção, essas empresas são referência em planejamento logístico, enxergamos com a vinda delas a luz no fim do túnel para nossas estradas, mobilidade urbana e transporte.

Mas e o setor econômico? Essas empresas nos acrescentarão cifrões? Estimularão novos e interessantes projetos para o País? Essa é a grande dúvida desse assunto. Acho válido correr esse risco, já temos bons exemplos para nos basear. Uma empresa chinesa, aliada ao governo, fez recentes investimentos na melhoria da logística brasileira. A companhia encaminhou recursos para reestruturar a saída de produtos como a soja e dessa maneira dilatar o número de empresas chinesas no Brasil, o que é bom para eles e bom para nós, já que ocorrem entre esses dois países exportação e importação de suprimentos como esse. Fora tantas outras que estão construindo parques logísticos, galpões e realizam junto ao governo processo licitatórios de concessões rodoviárias.

Claro que devemos levar em conta que cada investidor deve conhecer as particularidades do nosso País. Nosso território é grande e extenso, a dificuldade de locomoção, de suprimentos e pessoal é latente, principalmente nas grandes metrópoles. O Brasil é uma futura potencia que merece sim os olhos do mundo. Necessitamos da ideia de que nossa atual situação seja melhorada e modificada para melhor.

De maneira geral, devemos olhar para esses investimentos com bons olhos. Isso significa que o potencial de nosso País está sendo observado de perto, e a tendência é que isso seja cada vez mais comum. Carecemos vislumbrar futuras melhoras em nossa estrutura e progressos gradativos do nosso meio de distribuição, já saturado pela alta demanda e prisioneiro da própria falta de investimentos. Que os investimentos venham com cautela e que possamos enxergar no governo e seus parceiros a vontade de todos nós: beneficiar e modificar para melhor o nosso Brasil.

*Victor Simas é presidente da Confenar (Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição).