A influência do avanço tecnológico e da ciência de dados na otimização da base florestal da Suzano

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Usando o analytics, big data e inteligência artificial, a empresa tem como meta conectar toda a sua cadeia florestal

Por Jefferson Mansano Ticianelli

Em um universo com mentes pensantes, podemos dizer que o planeta Terra se tornou pequeno para o homem. Os avanços tecnológicos desenvolvidos ao longo dos anos, em especial pós-Revolução Industrial, interferiram diretamente na forma como as sociedades se desenvolveram e estabeleceram suas relações. Não é exagerado pensarmos, portanto, que o mundo como conhecemos hoje foi moldado a partir do surgimento de novas tecnologias, que continuam a se desenvolver.

Esse é um caminho em constante evolução e, nos dias atuais, já é quase impossível falar em avanço da sociedade e do mundo corporativo sem falar em transformação digital, um processo de adoção de ferramentas digitais, tecnologias inovadoras e mudança cultural para aprimorar ou substituir processos obsoletos. E não só isso.

A digitalização de processos tem se tornado crucial na rotina das empresas, da revolução no campo à transformação nas indústrias. Passando pela logística, pelo processo de seleção de pessoas, pela aquisição de materiais e contratação de serviços, pelo formato de parceria com clientes e fornecedores etc.

No setor florestal, por exemplo, o objetivo é fazer com que, por meio do uso de tecnologias como analytics, big data e inteligência artificial, toda a cadeia florestal esteja conectada. Aliada à estrutura de P&D, na Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, usamos a inovação para trazer produtividade, de ponta a ponta. Por isso, buscamos permanentemente soluções para os desafios do nosso negócio.

Plantar mais e melhor

Quando falamos de plantio e produtividade, a empresa enfrenta as mais variadas condições climáticas: excesso e escassez de chuvas, calor e geada, combate a pragas e doenças. Nesse cenário, temos utilizado diversas tecnologias como nossas aliadas na assertividade da etapa de plantio e, consequentemente, na competitividade a partir da produção segura de celulose e demais materiais fabricados a partir dessa matéria-prima.

Hoje, a base genética de eucaliptos da Suzano é a maior do mundo – fora da Austrália, de onde a espécie é nativa – e deve fechar 2022 na casa de 18 mil clones, garantindo um importante diferencial competitivo. Um dos produtos que garantem uma produtividade certeira é o Tetrys. Com essa tecnologia, conseguimos florestas mais produtivas, além de reduzir o uso de herbicidas, fungicidas e inseticidas, o consumo de água e também diminuir o número de caminhões nas estradas.

Para a integração das etapas de colheita e transporte, uma nova ferramenta digital, batizada de iGroot, otimiza cerca de 30 milhões de variáveis para entender em que estágio de crescimento a madeira deve ser colhida, para onde levá-la e qual é o modal correto a ser utilizado nesse transporte, dependendo da unidade de destino. O iGroot foi desenvolvido para resolver uma dor do planejador florestal quanto ao volume de variáveis que precisam ser analisadas para compor um plano. O desenvolvimento da ferramenta envolveu muitas áreas da empresa como Digital Tech, Operação, Planejamento e Logística.

Ainda quando falamos em planejamento florestal, temos diversos “time frames” para visualizar a floresta e o seu desenvolvimento, como o planejamento micro de entrega de madeira para as fábricas, com uma visão diária para os próximos 45 dias. Para este planejamento micro, temos a ferramenta Rocket, que contribui para reduzir a variabilidade da madeira para garantir uma matéria-prima mais estável para a produção de celulose. A estabilidade operacional gerada nas fábricas proporciona reduções de consumo específico de madeira, que é um dos maiores custos para a produção de celulose. A ferramenta da Suzano foi desenvolvida com os times de Digital Tech, Operação e Logística, e opera em quase todas as nossas plantas, com vários cenários que são gerados para análise.

Energia Verde

Na indústria, uma solução de machine learning contribui para otimizar o calor liberado das caldeiras para o funcionamento das turbinas, maximizando a energia gerada para a unidade industrial, ou seja, energia limpa. Para direcionar o vapor para as turbinas existentes, foram usadas várias técnicas de otimização e inteligência artificial que deram origem a uma ferramenta de tomada de decisão para os operadores. Denominada Thor, a nova solução está em operação em quase todas as nossas fábricas e, somente em 2021, contribuiu para a geração de 5MW médio a mais de energia, potência suficiente para alimentar aproximadamente 10.000 lares brasileiros.

Toda a nossa experiência tem nos levado a refletir que a implementação da transformação digital na sociedade e no mundo corporativo resultará cada vez mais em aumento de produtividade, eficiência e sustentabilidade, além de possibilitar que as companhias tenham maiores vantagens competitivas. Essa é uma jornada para a qual a Suzano está de portas abertas e para a qual contamos com o apoio de parceiros de todos os perfis.

Jefferson Mansano Ticianelli é Gerente Executivo de Digital Tech da Suzano