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Artigo: Perspectivas para o setor de bebidas no Brasil em 2013

 

Por Hamilton Picolotti*
O ano de 2013 começou repleto de expectativas para o setor de bebidas no Brasil, especialmente com o verão e os grandes eventos esportivos que impulsionam os investimentos nesse mercado. Segundo a Pyxis Consumo, ferramenta de pesquisa de mercado do Ibope Inteligência, o comércio de bebidas movimentou cerca de R$ 17,7 bilhões em 2012, com a venda de produtos como água, refrigerante, suco, refresco, cerveja, vinho, champanhe e destilados.
Desse total, R$ 3,26 bilhões foram destinados à região Sul do País, R$ 2,97 bilhões para o Nordeste, R$ 1,53 bilhão para a região Centro-Oeste e 1,11 bilhão para a região Norte. Os quase 50% restantes (R$ 8,83 bilhões) foram consumidos pelo Sudeste. Os maiores compradores foram a classe B, com 42,65%, seguida pela C, com 40%.

Nos próximos anos, o Brasil ficará em evidência no cenário mundial, devido à realização de eventos internacionais – Copa das Confederações, em 2013; Copa do Mundo, em 2014; e Olimpíada, em 2016 – e ao crescimento econômico pelo qual estamos passando. Essa realidade também promete mobilizar os investimentos nas revendas Ambev. A expectativa é que haja grande aumento no consumo de bebidas, principalmente de cerveja. As marcas Premium também devem alcançar novos patamares, em função da maior presença de estrangeiros no território nacional.

Os investimentos realizados pela Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) no Nordeste também prometem alavancar o setor. Dos R$ 2,5 bilhões previstos para investimento em todo o País, até o fim deste ano, R$ 804 milhões devem ser destinados ao Nordeste, sendo R$ 375 milhões voltados para a produção de refrigerante e cerveja na fábrica localizada em Aquiraz, no Ceará. A ação é uma tendência estratégica de mercado pela constante inserção do Nordeste no desenvolvimento e crescimento econômico do Brasil.

O aumento das vendas no Norte e Nordeste contribuiu para os resultados positivos da Ambev. O volume total de vendas de cerveja no Brasil entre janeiro e setembro de 2012 cresceu 2,3%, enquanto que nessas regiões o aumento foi de 7,1% – três vezes maior que a média nacional.

Dados divulgados pela companhia demonstram que o crescimento das vendas de cervejas Premium também impulsionou o setor e mostram, ainda, um acréscimo de mais de 2% no mercado brasileiro de cervejas, entre janeiro e setembro de 2012. No mesmo período, as marcas Premium da Ambev, como Stella Artois e Budweiser, por exemplo, tiveram 16,7% de aumento nas vendas.

Para aproveitar o bom momento do mercado e atender a forte demanda, inclusive fora do eixo Norte-Nordeste, as revendas tem investido fortemente em infraestrutura e equipes. A qualidade das frotas, com caminhões novos e modernos, faz com que as distribuidoras de bebidas sejam mais eficientes na entrega dos produtos, melhorando o atendimento aos clientes e beneficiando as atividades diárias com os colaboradores.

O relatório atual do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que o Brasil deve investir R$ 11,7 bilhões em mobilidade urbana, o que pode trazer consequências positivas para o transporte de cargas, caso ocorram melhorias nas estradas e redução dos picos de trânsito.

Também há previsão de investimentos na ordem de R$ 212 milhões para incentivar o turismo, o que certamente contribuirá para o aumento nas vendas de bebidas. Os eventos também ajudam a aumentar o consumo desses produtos no País inteiro, independentemente da localidade em que são realizados.

A Copa do Mundo é um megaevento esportivo que exige grande organização e contribui para estimular o crescimento econômico, em razão dos investimentos que mobiliza e dos efeitos nas diversas cadeias produtivas. No que diz respeito ao setor de bebidas, a probabilidade de ser liberado o comércio de bebidas alcoólicas nos estádios é grande, especialmente durante os eventos, pois essa é uma das principais exigências da Fifa.

Diante desse cenário promissor teremos muito trabalho e oportunidades de crescimento pela frente. Não podemos esquecer que ainda precisamos vencer a alta carga tributária e o custo elevado do capital empregado no negócio. Mas, ainda assim, temos grandes e boas expectativas para os próximos quatro anos.

 

* Hamilton Picolotti é presidente da Confenar – Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição