SBN alerta para sintomas e tratamento da Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN)

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Doença deve aumentar em razão do crescimento do número de idosos no Brasil Estudos indicam que o Brasil pode ter cerca de 11.000 casos anuais de HPN

A doença merece atenção porque deve atingir, principalmente, adultos acima de 65 anos. Com o envelhecimento da população brasileira, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) alerta para a importância do diagnóstico e do tratamento correto da doença.

“Recomendamos que os idosos busquem ajuda médica ao notar três sintomas: alteração da memória, dificuldade para andar e para reter a urina. Quando essas ocorrências aparecem juntas, há mais chances de termos um quadro de hidrocefalia de pressão normal”, afirma Dr. Modesto Cerioni, neurocirurgião e presidente da SBN.

O médico ainda destaca que estes sintomas são frequentes entre adultos acima de 65 anos, e podem ser provocados por outras causas neurológicas incluindo compressões medulares na coluna cervical podendo causar diagnóstico incorreto e às vezes confundindo com Mal de Parkinson e doença de Alzheimer.

A hidrocefalia é caracterizada pelo aumento de volume do líquor no interior das cavidades ventriculares cerebrais por bloqueios nos canais de circulação. “Parte da população idosa perde a capacidade de reabsorver adequadamente o volume de líquor excedente. As razões ainda são desconhecidas, mas a neurocirurgia já apresenta tratamentos bastante eficientes para a doença”, diz Dr. Modesto.

Entre as causas mais comuns estão traumatismo craniano, acidente vascular cerebral (AVC), tumores cerebrais, cirurgias cerebrais prévias e hemorragia nas meninges.

Adotada há décadas, a cirurgia indicada para Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN) é bastante segura e eficaz. O procedimento é realizado por um neurocirurgião e consiste na colocação de um cateter no ventrículo cerebral, que é ligado a uma válvula e dela a outro cateter que percorre a camada subcutânea até o abdômen onde é implantado na cavidade peritonial. Com a válvula, o fluxo de líquor pode ser regulado e os sintomas melhoram após a cirurgia. Atualmente, são usadas válvulas reguláveis que permitem ajustes futuros, sem a necessidade de procedimentos invasivos.

“O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento. Se a doença é descoberta nos primeiros dois anos, é possível ter uma reversão total do quadro”, finaliza Dr. Modesto.