Projeto de lei pretende proibir venda de MP3 que emita sons acima de 90 decibéis

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Segundo fonoaudióloga do Grupo Microsom, uso excessivo de fones de ouvido em alto volume provoca perda auditiva; problema é irreversível

        

Fabricantes de aparelhos MP3 podem ser obrigados a mudar a função dos equipamentos para a comercialização legal dos produtos. Um projeto de lei já tramita na Câmara dos Deputados com o objetivo de proibir a venda de aparelhos de MP3 que tenham volume superior a 90 decibéis, correspondente ao barulho do trânsito em uma cidade grande como a capital paulista.

O uso de fones de ouvido tornou-se muito comum por conta da popularização dos dispositivos portáteis de música em formato MP3 e até mesmo celulares com essa funcionalidade disponível. A potência dos aparelhos portáteis pode chegar a 120 decibéis, a mesma potência da turbina de um avião na decolagem.

Segundo o Grupo de Estudo de Zumbido do Hospital das Clínicas de São Paulo, 35% dos casos de pacientes com problemas auditivos se devem à exposição contínua a sons lesivos, como dos aparelhos portáteis.

“O uso prolongado dos fones de ouvido em alto volume pode causar danos como uma perda auditiva. Por isso, é muito importante que as pessoas fiquem atentas a qualquer variação na sensibilidade auditiva. O zumbido contínuo é um dos sinais de perda da audição, que é um problema irreversível”, explica Maria do Carmo Branco, fonoaudióloga do Grupo Microsom, uma das mais conceituadas empresas de soluções auditivas do Brasil.

O principal dano provocado pelo alto volume nos fones é causado às estruturas do ouvido interno, como a cóclea, uma estrutura parecida com um caracol cuja função é a percepção do som. Segundo um estudo divulgado pelo Comitê Científico para riscos de saúde emergentes e identificados da Comissão Européia, entre 5% e 10% dos usuários que escutam música com aparelhos portáteis durante mais de uma hora por dia, por um período de pelo menos cinco anos, em alto volume, podem ter perda permanente da capacidade auditiva.

 “Atualmente, os tocadores de MP3 são muito potentes, por isso é recomendado que o usuário use o aparelho na metade da sua potência total e evite sua utilização por muitas horas seguidas”, recomenda a fonoaudióloga do Grupo Microsom.

 

uHear – o aplicativo audiométrico gratuito

A empresa canadense Unitron, representada no País pelo Grupo Microsom, tornou livre o aplicativo uHear™, um teste que detecta a possibilidade de perda de audição e que pode ser baixado direto da Internet no iPhone ou iPod Touch.

“Temos divulgado o uHear™ em nossos treinamentos e palestras, além de incentivar seu uso com o objetivo de detectar possíveis alterações auditivas e sensibilizar as pessoas em relação ao tema, principalmente nos usuários de MP3 players”, diz Maria do Carmo.

O aplicativo está em inglês, pode ser baixado de sites como o iTunes e realiza três testes básicos com o usuário: sensibilidade auditiva, audição em ambientes ruidosos e um questionário de 12 perguntas sobre situações auditivas comuns.

O teste de sensibilidade auditiva pede que o usuário dirija-se a um ambiente silencioso. Com os fones de ouvidos colocados, um som é emitido para cada um dos fones, a fim de avaliar o grau de sensibilidade do indivíduo. Em cerca de seis minutos, ele já tem os resultados na tela do seu aparelho, por meio de um gráfico que mostra a resposta auditiva de cada ouvido.

“As pessoas podem refazer o teste em horários diferentes e após a exposição a ambientes com muito barulho. Com isso, elas podem checar se a audição se altera temporariamente, como após um show musical, após ouvir MP3 player ou até mesmo após um resfriado”, explica a fonoaudióloga. Os testes podem ser feitos por mais de uma pessoa e gravados no próprio aparelho do usuário, para que possa ser feito um comparativo e até mesmo para avaliação de um fonoaudiólogo.

O questionário é composto por 12 perguntas de múltipla escolha, que avaliam quão bem o indivíduo ouve em diferentes situações do dia a dia. Ele pode ser realizado em não mais do que dois minutos.

Após concluídos os testes, o usuário pode acessar todos os seus resultados, com uma descrição de sua sensibilidade auditiva e recomendações sobre o uso de iPods e exposição a ruídos muito altos. Ao final, ele ainda tem acesso a algumas orientações sobre como cuidar da saúde dos seus ouvidos.

“É importante lembrar que o teste não substitui o diagnóstico realizado por um profissional da audição, e visa apenas a incentivar que as pessoas testem a sua audição e procurem auxílio especializado no caso de detectarem alguma alteração”, ressalta a fonoaudióloga.

A demonstração do aplicativo pode ser assistida no link http://www.youtube.com/watch?v=AbJW5rLw54c.