Programa de Responsabilidade Social visa a reduzir desastres de trânsito e acidentes em outras situações traumáticas

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Em períodos festivos, como Natal e Ano Novo, a probabilidade de ocorrência de acidentes de trânsito aumenta. De acordo com o levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado no início de 2010, de 19 de dezembro de 2009 até 3 de janeiro de 2010 foram registrados 8.882 acidentes nas rodovias federais de todo o País. Deste total, a PRF detectou 455 mortos, um aumento de 4% em comparação ao mesmo período do ano passado, e 5.693 feridos. As regiões Sul e Sudeste foram responsáveis pelos maiores registros de acidentes.

Diversos fatores podem ocasionar acidentes de trânsito, como consumo abusivo de bebida alcoólica, cansaço, falta de concentração e brincadeiras em vias públicas. Há também os acidentes causados por imprudência na hora de pular em piscinas, cachoeiras ou no mar. Esse tipo de atitude impensada pode provocar conseqüências graves e causar traumas no cérebro e na medula, ou ocasionar lesões irreversíveis, que podem levar à paralisia do cérebro ou dos membros ou até à morte.

Segundo a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), aproximadamente R$ 9 bilhões são destinados anualmente ao atendimento de casos de trauma, o que representa quase um terço de tudo que é investido em saúde pública no País. Em 2005, o governo investiu, em média, R$ 300,00 por cidadão na saúde, sendo que cada vítima grave de trauma custou cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos. Estima-se que ocorram 10 mil novos casos de lesão medular no Brasil por ano.

No valor revertido ao atendimento de casos de trauma, já estão inclusos tratamento pré-hospitalar e hospitalar, gastos conseqüentes das seqüelas, despesas indiretas, perdas de anos de vida e de produtividade, reabilitação e custos das perdas materiais. “O trauma é a principal causa de óbito nas primeiras quatro décadas de vida e representa um enorme e crescente desafio ao País, em termos sociais e econômicos. Os acidentes e as violências no Brasil configuram um problema de saúde pública de grande magnitude e transcendência, que tem provocado forte impacto na morbidade e na mortalidade da população brasileira”, explica o neurocirurgião e presidente da SBN, Dr. José Marcus Rotta.

Em busca de conscientizar a sociedade em relação aos riscos e conseqüências do neurotrauma, a SBN mantém o Projeto Pense Bem, com o objetivo de conscientizar o ser humano a pensar nas suas atitudes antes de executá-las, para não sofrer acidentes e não ter seqüelas, principalmente no cérebro e na medula. O projeto engloba apresentação de pesquisas e palestras, além de distribuição de folhetos com casos e depoimentos de vítimas. A ideia de criar o projeto surgiu após a constatação de um alto índice de neurotrauma decorrente de diversos tipos de acidentes no dia a dia, como soltar pipas em lages das casas, subir em árvore sem verificar a segurança dos galhos, pular em rios, lagos, piscinas e mar sem verificar a profundidade, sentar na cadeira inclinada sobre duas pernas, subir escada sem corrimão, colisões no trânsito e outras situações semelhantes. A campanha oferece dicas de como praticar estas atividades sem correr riscos.

 “A campanha busca a conscientização de todos, mas com atenção especial às crianças de 11 a 14 anos para que a incidência de neurotrauma seja diminuída. Acreditamos que por meio da conscientização dos jovens é possível mudar a cultura de comportamento no país”, afirma Dr. Rotta.