O potencial logístico do Brasil e seus desafios

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*Por Victor Simas

O Brasil possui um grande potencial de expansão para o sistema logístico nacional, que cresce de maneira expressiva a cada ano. Atualmente, estima-se que o capital investido nesse mercado ultrapasse os R$ 300 bilhões, com uma expectativa, segundo os especialistas, de dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Por conta disso, avalia-se que o potencial logístico brasileiro é um dos mais promissores do mundo.

De fato, os avanços são significativos e demonstram que, apesar de problemas na manutenção de vias e instrumentos para transportes, o País  deseja e precisa se consolidar também nesse segmento. Isso fica claro ao observarmos que, com o aumento das produções internas e da posição cada vez mais forte do Brasil como um dos maiores exportadores mundiais, as cidades brasileiras estão buscando desenvolver, diariamente, seus potenciais de distribuição.

Regiões que no passado eram pouco rentáveis tornaram-se referências em organização logística. Entre os locais com maior potencial no Brasil destacam-se nas regiões Sudeste e Sul, em Estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Essas localidades concentram os maiores volumes de atividade econômica nacional, o que favorece a disponibilidade de meios e investimentos que possam fortalecer o sistema logístico. Novos polos surgem como centros de distribuições lucrativos e inteligentes para facilitar as trocas e o fluxo de materiais – e isso  se reflete claramente nos resultados e nas entregas rápidas.

A solidez do setor de distribuição de bebidas também é um fator importante no desenvolvimento do potencial logístico brasileiro. O País transporta, anualmente, mais de US$ 30 bilhões em bebidas e necessita de uma estrutura de transporte que garanta a chegada aos pontos de venda e aos consumidores. As regiões com potencial logístico elevado são, obviamente, as que mais consomem e, portanto, merecem atenção na reposição desses produtos.

Embora haja muito o que melhorar e o que investir, o País é o principal distribuidor de bebidas da América do Sul, graças ao seu tamanho e à sua capacidade de consumo. Os investimentos na malha rodoviária decorrentes desse potencial, de uma forma ou de outra, são realizados por meio de concessões para empresas privadas ou diretamente por obras do poder público. Porém, estão longe de atender à necessidade.

Cabe a cada um dos agentes que atuam nesse setor uma parcela de responsabilidade para que esse quadro se modifique, de maneira mais rápida, e o País e a sociedade brasileira possam estar preparados para um fluxo cada vez maior de materiais e produtos. Afinal, qualquer esforço nessa área terá um efeito positivo proporcional em benefício dos consumidores. E também passará para os investidores, sejam eles de qualquer atividade econômica, a garantia de um retorno para seus investimentos condizente com a confiança que depositam  no País.

*Victor Simas é presidente da Confenar (Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição)