Mitos e verdades sobre o uso do fone de ouvido

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Fonoaudióloga oferece dicas para evitar o uso prejudicial do acessório

Estudos mostram que, o limite de tolerância ao ruído está relacionado ao tempo de uso e à intensidade do som. Para um nível de ruído de 85 decibels (dB), por exemplo, recomenda-se no máximo a exposição de 8 horas por dia. Sendo assim, quanto maior a intensidade do som, o indivíduo deve se expor ao ruído por menos tempo. “Em relação ao uso de fones de ouvido, o recomendável é utilizar o volume até a metade da sua capacidade, não tentar abafar o som externo e deixar em uma intensidade que ainda consiga ouvir a própria voz, além de não ultrapassar duas horas de uso”, recomenda Maria do Carmo Branco, fonoaudióloga do Grupo Microsom, uma das mais conceituadas empresas de soluções auditivas do Brasil.
Além disso, segundo a especialista, as mesmas orientações devem ser respeitadas para o uso em apenas um dos lados e, neste caso, revezar entre as orelhas. Também é fundamental evitar tempos prolongados de uso do equipamento, higienizar os fones é um aspecto importante para manter a saúde das estruturas externas da orelha e, no caso de algum sintoma, como dificuldade auditiva, dor de cabeça, zumbido e/ou tontura persistentes após a exposição aos ruídos intensos, recomenda-se procurar um médico otorrinolaringologista para avaliar os sinais.
Confira abaixo quais são os mitos e verdades do uso do fone de ouvido:

1. O uso do fone de ouvido pode prejudicar a audição?
Verdade. A utilização prolongada dos fones de ouvido em alto volume pode causar danos, como perda de audição. Por isso, é muito importante que as pessoas fiquem atentas a qualquer variação na sensibilidade auditiva.
2. O uso de fones de ouvido pode aumentar problemas de audição, caso seja utilizado de forma inadequada?
Verdade. Se uma pessoa já apresenta uma perda auditiva, o uso inadequado (em alta intensidade por períodos prolongados) pode piorar, ainda mais, a audição residual.
3. O fone menor, posicionado no interior do ouvido, é pior que o fone maior?
Verdade. Fones menores, usados dentro do canal auditivo, podem ser, ainda mais, prejudiciais. Fones externos, para esse fim, são melhores.
4. O som muito alto ouvido pelo fone é tão prejudicial quanto um show com efeitos sonoros sofisticados?
Verdade. O som alto, seja ele nos fones de ouvido ou em um show, é prejudicial sempre que estiver nas seguintes situações: exposição por período prolongado, intensidade alta (volume) e frequência da exposição. No caso de fones de ouvido internos, isso pode ser, ainda mais, perigoso pela forma como o som atinge o ouvido.
5. Em ambientes com ruídos constantes, ouvir música pelo fone é relaxante e evita malefícios do barulho?
Mito. A música pode ser prazerosa e relaxante, mas para que o uso de fones não seja prejudicial, recomenda-se utilizar o controle de volume até a metade, por no máximo duas horas, manter o volume em um nível que ainda consiga escutar a própria voz e não tentar mascarar o ruído externo.

6. O uso do fone em apenas um dos ouvidos tem gravidade menor do que a utilização em ambos?
Mito. Essa estratégia pode ser negativa se a pessoa, ao usar fone em apenas uma orelha, tentar aumentar, ainda mais, o volume, buscando ouvir a música e não ouvir o ruído externo. Neste caso, há risco do desenvolvimento de perdas auditivas unilateriais. A recomendação é a mesma: uso do controle de volume até a metade e cautela com o tempo de uso.
7. O fone de ouvido pode contaminar o ouvido da pessoa?
Verdade. O fone de ouvido não higienizado pode transmitir fungos ou bactérias para o ouvido, especialmente os fones pequenos utilizados internamente.
8. Algumas pessoas podem desenvolver sintomas, como o surgimento de labirintite, tontura e dores de cabeça por excesso de som alto?
Verdade. Muitos problemas de audição aparecem acompanhados de outros, como os descritos, já que o labirinto, órgão responsável pelo equilíbrio, está localizado na parte interna do ouvido. Muitos jovens (população que utiliza fones de ouvido com bastante frequência), já relataram ter escutado zumbido nos ouvidos. Mesmo que o sintoma desapareça depois de algumas horas, esse fato não deve ser ignorado e recomenda-se que a pessoa procure um médico otorrinolaringologista já que o zumbido pode ser um dos indícios iniciais do comprometimento auditivo. Vale lembrar que os prejuízos para a audição, em decorrência da exposição excessiva aos ruídos, são irreversíveis.

Fonte: Maria do Carmo Branco, fonoaudióloga do Grupo Microsom.