Matrizes de grandes empresas administram sistemas cada vez mais complexos

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Estudo da Roland Berger Strategy Consultants, que contou com a participação de companhias brasileiras, mostra como as sedes corporativas devem se preparar para se adaptar às novas demandas

As matrizes de companhias multinacionais vêm ganhando cada vez mais importância no cenário da economia global. Após a crise financeira que atingiu fortemente empresas de todo o mundo, muitas companhias aumentaram o tamanho de suas matrizes para garantir respostas rápidas e assertivas. Essas são algumas das conclusões do mais recente estudo da Roland Berger Strategy Consultants, uma das maiores e mais conceituadas consultorias em gestão empresarial. O levantamento “Corporate Headquarters 2010” é o quinto da série elaborada pela consultoria.

Nesta edição, 72 companhias dos setores de produção, manufatura e de serviços, entre elas sete brasileiras, colaboraram para o levantamento, que analisa as abordagens necessárias para modelar as sedes corporativas. Entre as abordagens identificadas pelo estudo, estão a criação de centros de excelência para fornecer serviços inteligentes, o trabalho em redes e o uso de terceirização e de centros de serviços compartilhados.

O estudo mostra que a terceirização e os serviços compartilhados e a terceirização permanecem como ferramentas importantes para fornecer soluções de forma rápida e eficiente. Entre os participantes brasileiros, 43% compartilharam serviços e 57% terceirizaram atividades para parceiros.

O levantamento da Roland Berger demonstra também que as companhias estão respondendo à crescente complexidade e à pressão sobre os custos de forma mais centralizada. Certas funções centrais tradicionais registraram grande expansão desde 2005 e, com isso, as sedes corporativas estão se tornando cada vez maiores. Para os participantes brasileiros, o tamanho da sede corporativa com relação ao headcount da companhia (grau de centralização) gira em torno de 11%.

Nos próximos anos, as matrizes devem enfrentar novos desafios. A função de gestão central, por exemplo, vai se tornar maior, ao passo que a gestão será mais descentralizada, já que as matrizes mudarão a localização de equipes de acordo com sua presença global. “As estruturas e hierarquias organizacionais rígidas serão substituídas por novas formas organizacionais, suportadas por tecnologia, muitas vezes operando de forma virtual”, afirma Thomas Kunze, sócio da Roland Berger responsável pelo estudo no Brasil.

“Os participantes brasileiros já têm sedes corporativas com um grau mais alto de centralização do que as internacionais, e têm desenvolvido abordagens modernas de gestão corporativa, focadas em processos-chave”, diz Kunze. No entanto, elas parecem bastante grandes em comparação com as internacionais, já considerando os desafios de um país emergente e com um nível mais alto de burocracia. Dessa forma, os principais desafios para essas companhias são dimensionar corretamente as funções centralizadas, para alavancar efeitos de escala, assegurar que todas as funções do centro corporativo criem valor e, por fim, definir as melhores práticas nas políticas de remuneração.