Gartner revela as principais previsões de TI para empresas e usuários para os próximos anos

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on LinkedIn

Analistas exploram o futuro digital no Simpósio Gartner/ITxpo 2016

 O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento imparcial em tecnologia, anuncia hoje que suas principais previsões estratégicas para 2017 e os anos seguintes, apontando os três efeitos fundamentais da inovação digital continuada: experiência e engajamento, inovação nos negócios e efeitos secundários resultantes de capacidades digitais aumentadas.

“As principais previsões estratégicas do Gartner oferecem uma visão provocativa sobre o que pode acontecer em algumas das principais áreas da evolução tecnológica. No centro dos futuros resultados está a noção de disruptura digital, que deixou de ser uma inconveniência não frequente para tornar-se uma onda consistente de mudanças que está redefinindo os mercados e as indústrias por completo”, explica Álvaro Mello, Vice-Presidente de Pesquisas do Gartner. “Em 2015, dissemos que as mudanças digitais estavam acontecendo rapidamente e esse ano a aceleração continua e pode provocar efeitos secundários que teriam um grande impacto nas pessoas e na tecnologia”.

Os analistas do Gartner apresentaram as dez principais previsões durante o Symposium/ITxpo, em São Paulo:

Até 2020, 100 milhões de consumidores farão compras por meio da realidade aumentada

A popularidade dos aplicativos de realidade aumentada (do inglês Augmented Reality – AR), como é o caso do Pokémon GO, ajudará a popularizar a AR, motivando os varejistas a incorporá-la em sua experiência de compras. À medida que o uso de dispositivos móveis se torna um comportamento arraigado e diminuem a distância entre os mundos físico e digital, as marcas e seus parceiros varejistas precisarão desenvolver mecanismos que impulsionem esse comportamento para melhorar a experiência de compras. Utilizar aplicativos de realidade aumentada para elevar o nível das informações digitais como textos, imagens, vídeos e áudios para o topo de importância do mundo físico representa um grande passo em direção a um engajamento mais profundo, tanto em lojas físicas quanto online. Um exemplo seria um consumidor que apontasse o aplicativo de catálogo da IKEA para um cômodo em sua casa e conseguisse visualizar os móveis onde gostaria de instalá-los. Esse elemento do mundo real diferencia os aplicativos de AR dos de realidade virtual (do inglês Virtual Reality – VR).

Até 2020, 30% da navegação na internet serão feitas sem o uso de telas

As novas tecnologias centradas em áudio, como Google Home e Echo, da Amazon, acessam informações baseadas em diálogos onipresentes, criando novas plataformas com base em “interações por voz” (do inglês Voice-First Interactions). Ao eliminar a necessidade de uso de mãos e olhos para navegação, as interações vocais aumentam a utilidade dos acessos à internet em contextos como dirigir, cozinhar, caminhar, socializar, se exercitar e operar máquinas. Como resultado, o tempo passado sem acesso instantâneo a recursos online será próximo à zero.

Até 2019, 20% das marcas abandonarão seus aplicativos móveis

Muitas marcas estão descobrindo que o nível de adoção, engajamento do cliente e retorno sobre investimento (do inglês Return on Investment – ROI) entregues pelos aplicativos móveis são significativamente menores do que as expectativas que baseavam seu investimento. Novas abordagens estão surgindo, com barreiras menores para descoberta e instalação e que oferecem praticamente o mesmo nível de engajamento com o cliente com um custo de investimento, suporte e marketing muito menor. Muitas empresas avaliarão negativamente essas experiências com seus aplicativos de baixo desempenho e decidirão reduzir suas perdas permitindo que seus Apps expirem.

Até 2020, os algoritmos alterarão positivamente o comportamento de mais de um bilhão de trabalhadores no mundo inteiro

A contextualização dos algoritmos tem avançado exponencialmente para incluir uma variedade de intervenções comportamentais como a psicologia, a neurociência social e a ciência cognitiva. Os seres humanos tendem a ser mais emocionais do que factuais, o que provoca comportamentos irracionais. Os algoritmos podem alterar positivamente esse comportamento pelo aumento de sua inteligência por causa do uso do grande banco de memória coletiva que contém conhecimento que já foi socializado e testado. Isso ajudará os trabalhadores a lembrarem de qualquer coisa ou a serem informados em tempo real sobre assuntos sobre os quais nunca ouviram anteriormente, permitindo que completem suas tarefas de forma objetiva, porém, também aumentando o nível de apreciação da vida à medida que ela se desenvolve. O uso de algoritmos pode assustar, no entanto, quando utilizados para gerar resultados positivos, podem provocar mudanças em diversas indústrias.

Até 2022, um negócio baseado em Blockchain valerá US$ 10 bilhões

O Blockchain foi criado como a próxima revolução no histórico de transações. Registros desse tipo fornecem uma visão compartilhada e imutável de todas as transações entre as partes envolvidas, que podem, portanto, atuar imediatamente em registros confiáveis de Blockchain e assegurar-se de que eles não poderão ser modificados. Qualquer tipo de troca de valores pode acontecer em minutos, não em dias. Aplicações de Blockchain podem liberar dinheiro, reduzir custos de transações e acelerar processos de negócios. Mesmo que o desenvolvimento do Blockchain ainda esteja no início, ele já atrai o investimento em produtos e em capital.

Até 2021, 20% de todas as atividades de um indivíduo envolverão pelo menos uma das sete principais gigantes digitais

As sete gigantes digitais atuais por receita e capitalização de mercado são Google, Apple, Facebook, Amazon, Baidu, Alibaba e Tencent. À medida que o mundo físico, financeiro e da saúde se torna cada vez mais digital, muitas das atividades realizadas por um indivíduo estarão conectadas. Essa convergência significa que qualquer atividade poderia incluir uma das gigantes digitais. Aplicativos móveis, pagamentos, agentes inteligentes (Alexa, da Amazon) e os ecossistemas digitais (Apple HomeKit, WeChat Utility e City Services) tornarão as gigantes digitais parte de muitas das atividades que fazemos.

Ao longo de 2019, cada dólar investido em inovação precisará de US$ 7 adicionais para a execução principal

Para muitas empresas, a adoção de um estilo de TI bimodal para uma inovação de sucesso tem sido uma prioridade e um primeiro passo fundamental. O alinhamento próximo entre as equipes de Modo 1 e 2 é crucial para alcançar as metas de negócios digitais. Infelizmente, os custos com a implantação do Modo 2 de “solução idealizada” não são necessariamente considerados durante a idealização, e, para muitos, os custos do Modo 1 não são levados em conta no financiamento inicial. O projeto, a implementação, a integração, a operacionalização e a gestão da solução idealizada podem ser significativamente maiores do que os custos iniciais com a inovação. Portanto, o Gartner antecipa que para cada US$ 1 gasto na fase de inovação/idealização digital, as empresas gastarão uma média de US$ 7 para a implantação da solução.

Ao longo de 2020, a IoT aumentará a demanda de armazenamento de Data Centers em menos de 3%

A Internet das Coisas (IoT) tem um potencial enorme para a geração de dados por meio dos quase 21 bilhões de pontos que deverão estar em uso em 2020. Dos quase 900 exabytes de capacidade dos discos rígidos (HDD) e unidades de estado sólido (SSD) de Data Centers previstos para serem enviados em 2020, o armazenamento de sensores discretos da IoT representará somente 0,4% e o armazenamento dos sensores de multimídia outros 2%, com um total arredondado de 2,3%. Isso indica que a Internet das Coisas pode aumentar e entregar valores e visão de negócios importantes com base em dados, enquanto permanece gerenciável do ponto de vista de infraestrutura de armazenamento.

Até 2022, a IoT economizará US$1 trilhão por ano dos consumidores e dos negócios em manutenção, serviços e bens de consumo

Uma das promessas da IoT é reduzir o custo com manutenção e bens de consumo. O desafio está em oferecer uma implementação segura e robusta que possa fornecer uma economia em uma ou duas décadas, sem custos administrativos que absorvam qualquer economia feita. Isso poderia ser um sistema de monitoramento de baixo custo baseado em sensores simples que reportam características definidas aos servidores analíticos. O Analytics é usado para encontrar padrões nos dados brutos e recomendar a manutenção baseada no uso e nas condições reais, e não no tempo transcorrido ou nas condições estimadas. Na outra ponta, existe o surgimento do gêmeo digital, que captura dados quase em tempo real de seu gêmeo do mundo real com melhores sensores, e usa isso junto com outras fontes de dados, como clima, dados históricos, algoritmos e análise de máquinas inteligentes, para atualizar a sua simulação para refletir o estado físico de seu gêmeo.

Até 2020, 40% dos funcionários poderão cortar seus custos com saúde usando um monitorador de preparo físico

 As empresas irão cada vez mais nomear líderes de programas de condicionamento físico para trabalharem de perto com gestores de recursos humanos para incluírem monitoradores de preparo físico nos programas de bem-estar como parte de uma iniciativa mais ampla de compromisso do funcionário. Os prestadores de serviços de saúde podem salvar vidas e diminuir custos atuando com base nos dados obtidos pelo dispositivo que mostra os riscos para a saúde do usuário. Os dispositivos vestíveis fornecem uma rica quantidade de informações para serem analisadas em tempo real ou em retrospecto com o potencial para médicos e demais profissionais da saúde terem acesso aos dados atuais e históricas, caso o paciente concorde em compartilhá-las.