Gartner aponta que aproximadamente 3 milhões de drones para uso pessoal e comercial serão vendidos em 2017

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Dispositivos de entrega responderão por menos de 1% do mercado comercial até 2020

O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento imparcial em tecnologia, aponta que a produção de drones para uso pessoal e comercial está crescendo rapidamente,  com expectativa de aumento na receita global de 34%, atingindo mais de US$ 6 bilhões em 2017 e podendo chegar a US$ 11,2 bilhões até 2020 (tabela 1). Cerca de 3 milhões desses dispositivos serão produzidos em 2017, um número 39% maior em comparação a 2016 (tabela 2).

Apesar do setor civil (uso pessoal e comercial) estar sujeito a diversas regulamentações governamentais, a popularidade dos drones nesse segmento não diminuiu. Segundo analistas do Gartner, o mercado geral crescerá significativamente, mas as dinâmicas dos segmentos pessoal e comercial são muito diferentes.

Os drones para uso pessoal continuarão a crescer em popularidade, sendo considerados uma extensão acessível para usuários de smartphones tanto para fotografias e selfies como para outras formas de entretenimento. Pesando menos de dois quilos e com preços inferiores a 5 mil dólares, eles podem voar pequenas distâncias por um curto período de tempo (normalmente não mais que 5 mil metros por uma hora).

Já o mercado de drones para uso comercial é muito menor e tem uma média de preço mais alta em comparação aos dispositivos para utilização pessoal. Com mais países consolidando as regulamentações para drones, o mercado está começando a se estabilizar e as empresas estão agora comprando esses dispositivos para serem testados e implementados em quase todas as indústrias. Normalmente, os drones comerciais têm custo-benefício mais alto, maior tempo de voo e sensores e controladores de voo extras para torná-los mais seguros. Eles têm foco em funções específicas como mapeamento, entrega e inspeção industrial, de forma que os preços variam de acordo com os requisitos necessários.

“Os mercados de drones para uso comercial e pessoal se sobrepõem cada dia mais, uma vez que dispositivos pessoais de baixo custo estão sendo usados para fins comerciais. Os fabricantes de drones para uso pessoal estão posicionando seus produtos de forma mais agressiva no setor comercial. Avanços recentes na tecnologia estão acabando com essa segmentação e permitindo que os drones para uso pessoal sejam usados para funções como vigilância, modelagem e mapeamento 3D”, explica Gerald Van Hoy, Analista de Pesquisas do Gartner.

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No setor comercial, novos estudos de caso são publicados regularmente, mostrando as economias tanto de custo quanto de tempo e destacando a maior precisão e qualidade dos drones.

A agricultura já foi considerada o maior mercado de drones para uso comercial, mas as dinâmicas econômica e de preços com rendimentos e retorno sobre o investimento menores fazem com que esse segmento não cresça no mesmo ritmo que os outros. O Gartner estima que, até 2020, a grande vulnerabilidade de gastos na agricultura limitará o crescimento de drones nesse setor para 7%.

Áreas de inspeções industriais têm obtido muito mais sucesso, especialmente nos segmentos de óleo e gás, energia, infraestrutura e transporte, uma vez que as regulamentações não impactam o mercado tão fortemente quanto inicialmente se esperava. Essas inspeções são realizadas, em sua maioria, em aparelhos posicionados dentro de um diâmetro de até três metros de distância. Para o Gartner, o segmento de inspeção dominará 30% do mercado de drones comerciais até 2020.

Os drones de entrega continuam a chamar a atenção, mas só serão considerados um fator fundamental daqui a muitos anos. O retorno sobre o investimento ainda não foi comprovado tanto em relação aos custos operacionais e do dispositivo como na entrega para um único cliente.

“Esse tipo de drone será impactado por questões logísticas, como o tempo necessário de retorno do dispositivo ao ponto de origem após a entrega, e representará menos de 1% do mercado comercial até 2020. Acreditamos que os drones de entrega serão utilizados primeiramente em um nicho de aplicações B2B (business to business), muito provavelmente para serviços internos em empresas onde a logística não esteja entre as principais prioridades”, completa Van Hoy.