Gartner alerta: CIO brasileiro está atrasado na adoção de cloud computing

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Para o Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia, apesar do cenário favorável da economia do Brasil e da crescente utilização do modelo de Cloud Services no mundo, o CIO brasileiro ainda está atrasado na adoção da computação em nuvem. Isso é o que aponta um estudo em fase de finalização, que foi discutido no primeiro dia da VIII Conferência Gartner Outsourcing.

No fim de 2009, o Gartner havia identificado com os principais CIOs do Brasil que a adoção de Cloud Services estava na quarta posição de prioridades para 2010. Contudo, contrariando as expectativas, esta previsão para o uso de sistemas na nuvem ainda não se tornou realidade. “Hoje, percebemos nos CIOs a mesma reação de reticência que eles tiveram quando a terceirização começou a ocorrer, há alguns anos”, afirma o analista e chairman da conferência, Cassio Dreyfuss, destacando que 80% dos CIOs brasileiros ainda não têm planos para aplicações Cloud nos próximos 3 anos. “De uma maneira geral, serviços na nuvem fazem tanto sentido para as empresas que sua adoção é inevitável, mesmo ante a reticência dos CIOs”, alerta.

O analista do Gartner revela também os três principais motivos para o atraso do Brasil em relação à computação em nuvem. O primeiro é que os provedores não oferecem no mercado nacional os mesmos serviços ofertados em outros países. O segundo é que o modelo de negócios que as empresas oferecem no Brasil ainda é muito imaturo. Por fim, a gestão dos riscos ainda não atingiu níveis de desenvolvimento adequados. Estes pontos deixam os CIOs com restrições para adotar o modelo.

Apesar destas limitações atuais, os serviços na nuvem são inevitáveis, mas esta adoção automática pode ser bastante problemática se não houver o envolvimento do executivo de TI, que deve ser o responsável por conduzi-la de forma eficiente, com qualidade e com segurança, trazendo valor real aos negócios.

“É preciso que haja uma evolução da perspectiva dos CIOs. Os profissionais com características somente técnicas não terão tanta importância no cenário da nuvem quanto aquele que se dedicar ao negócio”, revela. Dreyfuss complementa que há ainda uma outra força – que está crescendo – que leva à adoção de inovação tecnológica, em geral, e cloud services em particular: a pressão dos usuários. “As indústrias seguirão as demandas dos seus clientes. Se eles precisarem de tecnologias em nuvem, as organizações utilizarão o modelo”. O analista explica, ainda, que a virada desta curva se dará em meados de 2012. “Certamente o futuro da TI não está nos modelos tradicionais de serviço. O Cloud Services será a grande oportunidade para as empresas nos próximos anos”, conclui.