Fonoaudióloga recomenda tratamento especializado para síndrome de Ménière

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Doença auditiva provoca vertigem e zumbido no ouvido

A síndrome Ménière, ou hidropsia endolinfática, doença que acomete o ouvido, é ocasionada pelo aumento dos líquidos que preenchem os canais semicirculares – estruturas que pertencem ao labirinto membranoso, órgão responsável pelo equilíbrio. A enfermidade afeta geralmente um dos ouvidos e é mais comum em adultos entre 30 e 50 anos. As causas são desconhecidas, mas se sabe que muitas doenças podem desencadear a síndrome, como diabetes, reumatismo, distúrbios autoimunes, processos inflamatórios do ouvido, a sífilis e o traumatismo craniano. O nome surgiu por meio do médico francês Prosper Ménière, que foi o primeiro a descrevê-la.

Os principais sintomas são episódios de vertigem, sensação de rotação ou de movimento e perda de equilíbrio, zumbido, sensação de ouvido tapado – pressão no ouvido – e diminuição da audição, sendo esta flutuante, que piora durante as crises e melhora em outros momentos. A vertigem ocorre por conta de o cérebro receber informações erradas sobre a posição da pessoa no espaço, já que o labirinto membranoso está alterado, com acúmulo de fluídos. Por isso, é comum que a pessoa sinta que está rodando, caindo, sendo empurrada, flutuando ou ouvindo assobios.

O diagnóstico é realizado com base no levantamento detalhado do histórico do paciente, das crises e por meio de exames audiológicos. Na maioria dos casos, o tratamento é medicamentoso, durante os períodos de crise. Além disso, recomenda-se dieta com baixa ingestão de sódio e medicamentos diuréticos e antivertiginosos. “Como o estresse é um agravante dos sintomas, deve-se ter atenção adequada a esse aspecto também, e é muito importante que o tratamento seja realizado para alívio dos sintomas”, alerta Maria do Carmo Branco fonoaudióloga do Grupo Microsom, uma das mais conceituadas empresas de soluções auditivas do Brasil.

Com relação à perda de audição, em alguns casos o uso de aparelhos auditivos pode ser recomendado, mas a adaptação deve ser feita com cautela e condutas específicas. No entanto, se os tratamentos clínico e especializado não forem suficientes para reverter o quadro do paciente, o procedimento cirúrgico é indicado para evitar a persistência das crises e a diminuição da audição. Nesta cirurgia, coloca-se um dreno no local em que há o acúmulo dos fluídos e o resultado costuma ser satisfatório, pois reduz ou elimina a tontura, estabiliza a audição do paciente e pode melhorar o zumbido.

“O tratamento é fundamental, pois os sintomas podem se agravar tornando a rotina mais difícil por conta das tonturas e da diminuição acentuada da audição”, reforça a especialista. Portanto, a síndrome merece atenção especial do paciente, que deve procurar assistência médica adequada para o diagnóstico diferenciado, visto que a vertigem pode ser sintoma de várias doenças e requer tratamento específico para cada caso.