Especialista recomenda tratamento auditivo em pessoas com depressão

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Deficiência auditiva não tratada pode levar à depressão e a outras consequências para a saúde

 

Segundo dados da OMS, estima-se que 360 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda auditiva. Destes, um total de 165 milhões é formado por indivíduos acima de 65 anos e 32 milhões correspondem a crianças e adolescentes com idade igual ou inferior a 15 anos. De acordo com o relatório da OMS, adultos acima de 75 anos podem desenvolver a doença. No entanto, a perda auditiva não tratada pode contribuir para a evolução de problemas como depressão, isolamento social, perda de memória e até demência.

“O tratamento da perda auditiva pode ser a melhor forma de minimizar os impactos psicossociais que ela provoca, como a depressão”, alerta Maria do Carmo Branco, fonoaudióloga do Grupo Microsom, uma das mais conceituadas empresas de soluções auditivas do Brasil.

Em situações sociais, quando envolvem a comunicação, a participação de pessoas com perda auditiva pode ficar reduzida e isso pode provocar isolamento e problemas de autoestima. Com a reabilitação auditiva, por meio do uso de aparelhos auditivos e aconselhamento adequado, é possível proporcionar à pessoa o retorno a essas atividades sociais, sejam elas profissionais ou familiares, o que faz com que a pessoa se sinta melhor e mais participativa.

Além do isolamento, que pode contribuir para um quadro depressivo, o zumbido e a perda de audição podem causar irritabilidade, baixa autoestima, entre outros desconfortos. Com a reabilitação auditiva, por meio do uso de aparelhos auditivos, é possível retomar uma vida sadia e com mais qualidade.

“Escutar os sons do dia a dia novamente e, principalmente, voltar a participar de conversas e de ambientes sociais, pode ser um excelente estímulo para que a pessoa melhore”, ressalta a fonoaudióloga. Ainda, segundo a especialista, em grande parte dos casos, os resultados positivos com o uso de aparelhos auditivos para reestabelecer a função auditiva refletem na melhora dos sintomas de uma depressão, caso esta esteja diretamente relacionada ao impacto negativo da perda auditiva.

De acordo com a fonoaudióloga, a reintegração da pessoa a situações que, possivelmente, ela estava afastada por conta da dificuldade de comunicação, pode ser de grande importância para minimizar o quadro depressivo. Além disso, a família também exerce um papel fundamental nesse processo, devendo se esforçar ao máximo para inserir o portador de perda auditiva na comunicação do dia a dia.

Ao notar qualquer sintoma da perda de audição, a pessoa deve procurar um médico otorrinolaringologista para que o diagnóstico do tipo e grau da perda auditiva seja realizado e a reabilitação iniciada imediatamente. Caso o impacto psicossocial dessa perda auditiva não diminua com o tratamento audiológico, recomenda-se o acompanhamento de outros profissionais, como psicólogos e psiquiatras.

Sobre a perda auditiva

A perda auditiva pode ser congênita ou adquirida. A exposição a sons fortes por períodos prolongados, o avanço da idade, doenças durante a gestação, má formações, traumatismos e o uso de remédios prejudiciais à audição são apenas algumas das possíveis causas da perda auditiva. Perdas auditivas que acometem a orelha média (porção média do sistema auditivo) e a orelha externa, muitas vezes, podem ser revertidas com tratamento medicamentoso ou cirúrgico. Uma numerosa parte das perdas auditivas, porém, estão localizadas na orelha interna e estas são irreversíveis. O tratamento para as perdas auditivas irreversíveis é o uso de amplificação sonora individual, ou seja, aparelhos auditivos.

A detecção precoce é de suma importância para que o tratamento obtenha melhores resultados. Seguir as orientações médicas e realizar acompanhamento periódico, também, pode auxiliar no sucesso do tratamento e, até mesmo, evitar uma progressão da perda auditiva. Os cuidados com a saúde auditiva também envolvem evitar exposição prolongada a sons fortes e usar protetores auriculares quando essa exposição for inevitável, no caso de pessoas que trabalham no ruído, por exemplo. Deve-se evitar também o uso de remédios sem orientação médica, pois alguns medicamentos são prejudiciais à audição.