Especialista alerta sobre cuidados com a audição nas grandes metrópoles

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Profissionais do trânsito, motoristas e ciclistas devem ficar atentos à saúde auditiva

A cidade de São Paulo está entre as 10 maiores metrópoles do mundo e é responsável por elevadas concentrações de barulho, como motores, buzinas, aviões, sirenes de ambulância/bombeiros, freadas bruscas, e em alguns casos, obras na via. No dia a dia dos cidadãos, esses ruídos pode ultrapassar 85 dB (decibéis), que é o limite recomendável de exposição ao ruído, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Como a combinação de intensidade forte e tempo de exposição é o que oferece risco à audição humana, a cada aumento de intensidade deve-se reduzir o tempo de exposição.

Ainda, de acordo com a OMS, os ruídos são a terceira principal causa de poluição mundial. Quando a intensidade do ruído atinge 110 dB, por exemplo, a recomendação de exposição máxima é de 15 minutos. “Níveis elevados de ruído podem ser prejudiciais à audição caso a pessoa esteja exposta a ele por um período longo”, afirma Maria do Carmo Branco, fonoaudióloga do Grupo Microsom, uma das mais conceituadas empresas de soluções auditivas do Brasil.

Para os motoristas, muitas vezes, as maneiras de se proteger são mais eficazes, pois podem fechar as janelas do automóvel e minimizar a exposição aos sons externos. Já para os profissionais do trânsito, motociclistas e ciclistas, as chances de proteção são menores. Por isso, esses grupos de pessoas precisam redobrar a atenção e estarem cientes dos riscos para a audição devido ao tempo de permanência em locais barulhentos.

Atualmente, a cidade de São Paulo tem 275,51 km de infraestrutura cicloviária de circulação, segundo informações da Companhia de Engenharia do Tráfego (CET). Ainda, de acordo com a CET, a previsão para o município de São Paulo é totalizar a implantação de 400 km de faixas destinadas às bicicletas até 2015.

Com a expansão de locais específicos para a utilização de bicicletas como um meio de transporte para locomoção, os ciclistas devem estar atentos não só aos equipamentos de segurança, mas também ao cuidado com a saúde auditiva. “Equipamentos de segurança são itens indispensáveis na vida de um ciclista. No entanto, a exposição prolongada aos ruídos intensos podem causar prejuízos para a saúde auditiva. O zumbido, por exemplo, é um dos sinais de alerta”, ressalta a especialista.

No caso dos ciclistas, recomenda-se que as viagens sejam equilibradas, isto é, havendo a possibilidade, utilizarem outro meio de transporte durante a semana de atividades para não comprometer a audição.

Cuidado com fones de ouvido

Outra preocupação é a utilização frequente de fones de ouvido por ciclistas. Além dos riscos para a audição pelo uso prolongado em alto volume, como perda de audição, a pessoa pode perder as percepções em relação às sinalizações sonoras, como buzinas e sirenes, por exemplo. O código de trânsito proíbe que motoristas conduzam o veículo utilizando o acessório, por um risco tanto para o motorista quanto para os demais condutores, além dos pedestres.

“O ideal é que o ciclista não utilize o acessório, pois as viagens exigem maior atenção aos sons ambientes para garantir a segurança no trânsito. Já para utilização do acessório em outros momentos, recomenda-se que o controle de volume esteja até a metade, por, no máximo, duas horas, e mantenha o volume em um nível que ainda consiga escutar a própria voz, sem tentar mascarar o ruído externo”, alerta a especialista.

Além disso, é fundamental evitar tempos prolongados de uso do equipamento, higienizar os fones é um aspecto importante para manter a saúde das estruturas externas da orelha e, no caso de algum sintoma, como dificuldade auditiva, dor de cabeça, zumbido e/ou tontura persistentes após a exposição aos ruídos intensos, recomenda-se procurar um médico otorrinolaringologista para avaliar os sinais. Vale lembrar que os prejuízos para a audição, em decorrência da exposição excessiva aos ruídos, são irreversíveis.