Deficientes auditivos enfrentam problemas e preconceito na escola

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Fonoaudióloga do Grupo Microsom esclarece importantes questões relacionadas à perda auditiva em crianças e adolescentes 

Mesmo com o avanço da sociedade, ainda hoje, crianças e jovens sofrem preconceito e enfrentam problemas por serem deficientes auditivos e precisarem usar aparelhos para a correção da perda de audição. O personagem Tarcisio, da novela “Cama de Gato”, interpretado pelo ator Heslander Vieira, sofre com a implicância de colegas de escola, representando os constrangimentos vivenciados por essas pessoas. O adolescente não usa o aparelho na frente dos colegas porque se sente envergonhado e para evitar sarros. Além disso, seu rendimento escolar também se tornou insatisfatório.

 Para detectar possíveis problemas auditivos nos filhos, os pais devem estar atentos desde os primeiros meses de vida da criança e tentar observar se o bebê tem uma audição perfeita, principalmente, na idade pré-escolar e escolar. Por indicarem alteração na audição, alguns comportamentos das crianças requerem mais atenção:  não serem entendidas pela maioria das pessoas, apenas por familiares muito próximos;  frequentemente pedirem para repetir o que foi dito e parecerem olhar atentamente ao rosto quando alguém fala, prestando atenção aos movimentos faciais; parecerem desatentas em casa ou na escola, apresentarem trocas fonêmicas na fala ou na escrita; não se comunicarem tão bem quanto outras crianças da mesma idade, responderem incorretamente às perguntas feitas e/ou não responderem às ordens complexas; preferirem a televisão ou o rádio mais alto do que os outros familiares; apresentarem infecções no ouvido com freqüência; responderem inconsistentemente ao som ou usarem gestos para se comunicarem.  

 Caso a perda auditiva já tenha sido diagnosticada desde a idade pré-escolar, os pais devem procurar a direção e professores da escola dos filhos e expor a situação. A criança com deficiência necessita de atenção especial e, portanto, é preciso garantir que haverá compromisso por parte da escola em trabalhar e ajudar a superar as dificuldades.

 Segundo a fonoaudióloga Maria do Carmo Branco, do Grupo Microsom, uma das mais conceituadas empresas de soluções auditivas do Brasil, se crianças deficientes auditivas estiverem inseridas em classes de alunos ouvintes, alguns cuidados devem ser tomados para que o estudante tenha melhor aproveitamento. “É importante que o professor tenha conhecimento sobre o que é a deficiência auditiva e quais são as suas possíveis implicações para a criança. Na sala de aula, o aluno deficiente auditivo deve sentar nas primeiras fileiras, de forma que possa enxergar o professor de frente. O educador também deve informar aos colegas de classe sobre a questão da deficiência auditiva e prepará-los para lidar com esta diferença, de forma natural”, explica a especialista.

 Os pais podem optar por escolas especiais, porém é importante que a decisão seja tomada com apoio de um fonoaudiólogo, pois o acompanhamento com este profissional contribui de maneira determinante para que o desenvolvimento da criança seja adequado. Já em relação ao baixo rendimento escolar, pais e professores devem refletir sobre a deficiência auditiva e as implicações ou limitações que pode gerar.

 Maria do Carmo Branco disponibiliza dicas para detectar se a criança tem alteração na audição ou sofre de perda auditiva. Caso a criança apresente os sinais destacados abaixo, a sua audição está em desenvolvimento normal.

 

Idade Sinais
Bebê – Pula ou se assusta com sons altos- Para de sugar ou chora quando ouve um som novo
3 meses – Faz contato visual quando fala com ele
9 meses – Vira na direção do som quando chamado pelas costas- Faz sons como “baba”
1 ano – Faz sons usando várias consoantes (g,m,n,b,d)
18 meses – Usa expressões simples para expressar seu desejo
2 anos – Repete palavras ou frases curtas quando fala

 

 

O uso do aparelho auditivo

 Atualmente, existem diversos tratamentos e aparelhos auditivos, com diferentes tamanhos e cores. O tratamento da criança e do jovem dependerá de aspectos como grau e origem da deficiência auditiva, idade em que foi adquirida, existência ou não de um período como ouvinte, entre outros fatores a serem analisados. O foco e a maneira de a terapia fonoaudiológica ser conduzida também dependem da idade da pessoa, já que os interesses e as necessidades são diferentes para cada faixa etária.

 De acordo com Maria do Carmo, quando a criança é muito pequena não é recomendável o uso de aparelhos dentro da orelha. O circuito do dispositivo não cabe dentro de um conduto auditivo tão pequeno e, como o crescimento é muito rápido e dinâmico, o aparelho teria que ser refeito diversas vezes, o que teria custo alto e poderia comprometer a qualidade do mesmo. “Para os menores, já existem no mercado aparelhos retro auriculares, inserido atrás da orelha, muito pequenos, leves e anatômicos. Para crianças maiores e adolescentes, as opções são ainda mais variadas. Outro aspecto muito importante e bastante usado nos aparelhos auditivos é a alta resistência à umidade, já que estes usuários são extremamente ativos”, conclui a fonoaudióloga.