Como abandonar a dependência da codificação manual em integração de dados?

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*Por Marcelo Manzano

Você sabia que as integrações customizadas ponto a ponto ou codificadas manualmente não valem a pena? Os adeptos da codificação manual nos processos de integração de dados devem estar atentos ao fato de que este método, a longo prazo, resulta sempre em um problema de integração complexo demais, que consome uma fatia enorme do orçamento de manutenção e que age de forma “temperamental” durante a operação.

As surpresas podem ser as piores, com o surgimento de interdependências entre dados que ninguém imaginou que apareceriam para impactar seus clientes ou fornecedores, a ponto de se transformarem em uma crise. Em resumo, é algo que não permite que o trabalho flua normalmente.

Como gestor de TI, seus usuários fazem pressão constante para que a TI gere novas capacidades. Você oferece uma estimativa de tempo e custo para fazer a coisa do jeito certo e o cliente interno corta o orçamento pela metade. No entanto, a demanda continua a mesma.

O que ocorre a seguir para que se crie um ponto de integração dos dados no tempo demandado é a utilização de uma ferramenta inadequada. Todos nós sabemos qual é o resultado disso. Cem por cento das vezes, as empresas acabam com um nó de integração.

Entretanto, há uma alternativa. Há muitos exemplos de equipes de integração e de organizações de TI inteiras que romperam com este padrão de código manual. A nova de abordagem é começar com o contexto mais amplo e usar um Centro de Competência em Integração (ICC) como um time permanente, multifuncional e orientado a serviço, que tenha como alvo um domínio específico e que possa focar os esforços de transformação de processos.

Como é possível curar a dependência da codificação manual? A seguir propomos um programa com seis passos para os fornecedores de software e organizações adotarem práticas que podem auxiliá-los a aprimorar os processos da integração de dados:

  1. Admitir que você não tem controle sobre a dependência – Os primeiros estágios consistem em admitir que você tem um problema e reconhecer que ele não vai desaparecer por si só. Uma maneira de fazer isso é analisar a questão quantificando-a: conte o número de incidentes de produção que resultaram da mudança no código; analise quanto dinheiro você gastou na manutenção e qual foi a tendência nos últimos anos; observe, de forma crítica, quantos projetos tiveram atrasos, ficaram acima do orçamento ou foram até cancelados por conta de complexidades que não foram compreendidas. Ou, simplesmente, conte o número de pontos de integração entre os sistemas internos e externos com seus clientes e fornecedores. Estes números podem servir como uma catarse, para colocar gestores de TI na mesma página e fazê-los entender que algo precisa mudar.
  2. Reconhecer uma força maior que pode lhe dar forças – De forma geral, a sua força maior é o que lhe dá confiança para defender as suas convicções diante de forças opostas. Em outras palavras, são seus princípios e crenças fundamentais e a persistência para viver de acordo com eles. Uma boa forma de começar é trocar experiências com executivos de TI de outras organizações, ler livros e artigos e participar de conferências ou treinamentos sobre as principais práticas.
  3. Examinar os erros do passado com a ajuda de um mentor – Seu mentor deve ser um especialista em TI com bastante experiência. Nesse estágio, você precisa olhar de forma crítica para a sua infraestrutura atual de integração, bem como políticas, práticas, estruturas organizacionais e métricas corporativas. A melhor pessoa para ajudar você é alguém que já usou a codificação manual e conseguiu quebrar o padrão.
  4. Tomar providências para corrigir os erros do passado – Este é outro passo complicado, pois significa que você precisa limpar ou refazer as integrações existentes, sem necessariamente adicionar uma nova funcionalidade. Esse esforço requer recursos, muitas vezes apenas humanos, mas também pode exigir investimento. Mas em qualquer um dos casos, nenhuma empresa gosta de gastar seus recursos limitados com um esforço que não parece gerar novos benefícios. A solução para este dilema é aprender como articular o valor de negócio de uma estratégia de integração.
  5. Aprender a fazer as coisas de uma nova maneira – Fazer as coisas “do jeito certo” não precisa necessariamente levar mais tempo, ser mais caro ou mais burocrático. Usar uma abordagem que é melhor e mais rápida do que a codificação manual tradicional requer um novo jeito de trabalhar. Não se trata apenas de quais ferramentas ou de qual tecnologia serão usadas, mas, também, sobre como o trabalho é realizado e como você efetivamente integra as pessoas, as políticas e os processos.
  6. Ajudar outras pessoas que sofrem da mesma dependência – A melhor maneira de assimilar o novo padrão é ensinar os outros, pois isto ajuda a internalizar as lições sobre “fazer a coisa certa” e, portanto, reforça seus princípios fundamentais.

Há lições poderosas que podemos aprender sobre como mudar o nosso comportamento com relação à codificação manual. Se você adotar os princípios de Integração Lean (Integração Enxuta) e agarrar-se a eles, pode ter certeza de que terá não apenas um impacto maior no sucesso da sua organização, mas também vai se divertir muito mais ao longo do caminho.

 * Marcelo Manzano é gerente de produtos da Informatica Corporation