Engana-se quem só vê utilidade para o ouro na indústria joalheira. O metal, um dos mais desejados do mercado, está presente no cotidiano de diversos setores , seja em joias, investimento, artigos eletrônicos e até no tratamento de saúde. Tal versatilidade se dá pela possibilidade do ouro de ser derretido e adicionado a outras ligas sem alterar suas características, além de ser maleável e não reagir com a maioria dos produtos químicos.
Joalheria
O setor de joalheria no Brasil é responsável por 70% do consumo industrial de ouro. O metal é trabalhado com pedras preciosas principalmente nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, Pará e Tocantins. Embora os dados sejam imprecisos, estima-se que existam, atualmente, aproximadamente 4.000 empresas de lapidação, de joalheria, de artefatos de pedras, folheados e bijuterias.
O segmento de empresas fabricantes de joias é integrado, basicamente, por empresas de menor porte, o que sinaliza um desafio do setor: a informalidade. Apesar da crescente procura pela formalização, muita conscientização ainda é necessária. Outra melhoria apresentada para o setor é em relação aos padrões de qualidade e competitividade, inclusive com importação de máquinas, equipamentos, ferramentaria e insumos.
Artigos Eletrônicos
O ouro está presente em inúmeros produtos na indústria eletrônica, como condutor de eletricidade, laminados de placas de computadores, telefones celulares, aparelhos mp3, televisões de tela plana e câmeras. Devido ao seu alto custo, os produtores acabam por combiná-los com outros metais, fazendo liga com ferro, níquel e sais de cobalto.
Cada telefone celular usa 0,03 gramas de ouro em seu revestimento , o equivalente a cerca de US$1. Esse setor utilizou 30 toneladas desse metal precioso em 2009.
Dados de 2010 indicam que o uso de ouro na indústria eletrônica já representava 12% da demanda mundial e estima-se que, entre 2010 e 2013, o consumo desse segmento crescerá 8%.
Tratamentos de saúde
O uso mais conhecido para o ouro na área da saúde é na confecção de blocos dentários. No entanto, ele se estende a terapias para o câncer, reumatismo, malária e AIDS. No caso do câncer, o metal é utilizado a partir de nanotecnologias com aplicação como medicamento em quimioterapia, com a propriedade de se conectar às células cancerígenas. Quando iluminadas com a luz de um raio laser, as nanopartículas refletem um sinal que é mais forte e mais claro do que os produzidos por outros materiais.
Há mais de 200 anos o ouro é também usado em tratamentos homeopáticos. Quando usado em pequenas quantidades, o metal combate infecções do aparelho respiratório, já em maior volume pode ser um bom antidepressivo.
Apesar de não ter perspectiva para se tornar um dos setores que mais demanda ouro da indústria, o metal promete grandes evoluções na área da medicina, seja no combate ao câncer, reumatismo ou doenças cardíacas e respiratórias.
